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Como a pandemia de Covid-19 ajudou a transformar as relações de consumo e aumentou a urgência do Omnichannel

Publicado

em

*Andrea Rios

A pandemia de Covid-19 mudou completamente as relações de consumo e acelerou o processo de transformação digital nas empresas. Setores com pouca presença no e-commerce, como saúde, alimentos e bebidas, se viram diante de desafios imediatos, uma vez que as compras online aumentaram de uma hora para a outra. E mesmo os segmentos já habituados ao ambiente digital, como o de eletrônicos e brinquedos, perceberam que o momento era o de intensificar os investimentos em TI. Afinal, o que estava em jogo era oferecer a melhor experiência de comunicação e compras entre marcas e consumidores, e em múltiplos canais, integrados.

As empresas entenderam o recado. A antecipação do processo de transformação digital no período da pandemia foi o equivalente ao esperado para o período de um a quatro anos, mostra a Pesquisa Anual sobre o Mercado de TI e Uso nas Empresas, do Centro de Tecnologia da Informação Aplicada (FGVCia), da Escola de Administração de empresas de São Paulo (FGV EAESP), realizada em 2021. Nesta transformação, o consumidor experimentou as vantagens do e-commerce – tais como fácil comparação, opinião de experts, baixos preços e amplitude de escolhas-, gostou e agora espera que a as empresas ofereçam o melhor deste universo com uma experiência física de qualidade, que inclua experimentação sensorial, acesso instantâneo, interação social e respostas mais fáceis.

A área de Supply Chain foi forçada a se reinventar para viabilizar entregas rápidas, muitas vezes no mesmo dia. Este é um dos segmentos essenciais para a transformação Omnichannel e que vinha andando a passos lentos na maioria dos negócios antes da pandemia. A Covid-19 obrigou a todos a pisar no acelerador, preparando a logística para atender a demanda desse novo cliente integrado, exigente e que têm pressa. As empresas que acertam no Supply Chain costumam focar em redes de parcerias e na construção de ecossistemas futuros que permitem a flexibilidade operacional num ambiente de alta complexidade e volatilidade.

Pesquisa recente da consultoria McKinsey indica que as expectativas do consumidor seguem mudando drasticamente. Embora o preço e a conveniência ainda sejam as principais considerações, os clientes estão cada vez mais aliando estes quesitos à demanda por competência em categorias específicas e a uma experiência do cliente aprimorada. Isso revela que o consumidor Omnichannel está amadurecendo rapidamente. Além disso, as lojas físicas também estão mudando. Elas passaram a ser também pontos de retirada e entrega de compras. No setor de alimentação, outra transformação foi o crescimento das “dark kitchens”, que são lojas fechadas para o consumidor, voltadas inteiramente para o delivery. Este formato vem ganhando relevância cada vez maior.

A aceleração no ambiente online gera oportunidades para as empresas repensarem seus negócios e mudarem a estratégia, passando a se posicionar como destinos que combinam o melhor dos universos online e off-line. Assim, podem se distanciar dos modelos da Amazon e do Mercado Livre, totalmente digitais e com objetivos diferentes. O varejista tradicional oferece a individualização e a experiência com consultoria da forma que nenhum marketplace pode fazer. Estamos começando um novo cenário, em que tanto varejistas quanto indústrias podem ser os novos destaques da próxima década, dando origem a marcas que reúnam o melhor do online e do físico, em experiências que são realmente Omnichannel.

Todos os modelos de negócio que utilizam as vendas online notaram que a pandemia de Covid-19 tornou o digital uma das formas mais importantes para os clientes consumirem produtos e serviços, seja pedindo uma refeição no app ou comprando uma nova escrivaninha para o home office. Embora a mudança seja sentida por todos, raros são os negócios que realmente saíram do modelo que separa o físico e o digital para uma nova modalidade integrada.

Apesar da aceleração da transformação digital, ainda falta clareza e transparência a respeito dos benefícios que a integração de canais traz para os negócios online e off-line. Algumas empresas ainda têm dificuldade para compreender que a experiência física ainda é um dos principais elementos para o sucesso do Omnichannel. O universo real, por assim dizer, ainda não pode ser substituído totalmente pelo digital. Para muitos modelos de negócio, o físico continuará a ser, pelo menos a médio prazo, a parte principal e mais lucrativa de sua empresa.

Mas isso não significa que o digital não terá importância para estas companhias. A presença online de uma marca, por meio do site, aplicativo, e-mail ou redes sociais, tende a ser o caminho mais importante para o início das interações com o consumidor. Estudos da McKinsey indicam que 80% dos consumidores, em média, escolhem marcas online. Além disso, os clientes Omnichannel compram seus produtos com frequência até 70% maior no universo físico.

As empresas também precisam evoluir na área de atendimento ao cliente. Esta é a próxima grande mudança acelerada pela Covid-19. O cliente Omnichannel vai menos à loja e espera resolver problemas com pós-venda em “um clique”. Essa é a área de transformação mais complexa e que ainda não foi iniciada pela maioria das organizações.

Diante de tudo isso, é essencial que as empresas de e-commerce ampliem suas visões do Omnichannel. É preciso mais do que apenas melhorar o online. Ir além, dar uma nova perspectiva e transparência para os canais físicos e digitais é essencial para uma operação verdadeiramente Omnichannel de sucesso. É necessário avaliar e gerenciar cada canal de vendas de forma a aprimorar a integração entre eles e com os consumidores. Tal iniciativa muda de acordo com cada modelo de negócio e deve ser mensurada de forma específica, o que não é tarefa fácil, mas urgente.

*Andrea Rios – Especialista em Omnichannel, fundadora da Orcas e professora no MBA Live da Fundação Getúlio Vargas.

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Tráfego pago não resolve tudo — mas mostra onde estão os gargalos

Publicado

em

*Fabricio Macias

No cenário atual do marketing digital, o tráfego pago surge como uma poderosa ferramenta para atrair visitantes qualificados para as páginas de uma empresa. É uma estratégia de marketing digital onde as empresas investem financeiramente em anúncios online para atrair visitantes para páginas específicas, como sites ou landing pages. As plataformas de anúncios, como Google Ads e LinkedIn Ads, são escolhidas com base nas necessidades de cada tipo de negócio. Esse modelo permite que os anúncios alcancem mais usuários de forma segmentada e estratégica.

Embora qualquer empresa possa investir em tráfego pago, é importante destacar que, para que o investimento seja eficaz, o produto ou serviço precisa já ter sido validado no mercado. Empresas que ainda não têm uma base de clientes sólida ou uma demanda comprovada podem encontrar desafios ao investir sem realizar testes prévios. Sem dúvida, o tráfego pago pode ser eficiente para a maioria das empresas, mas sua eficácia depende de vários fatores, como o segmento do negócio, a estratégia adotada e o público-alvo. Empresas que compreendem bem seu mercado e seu público tendem a ter melhores resultados.

Entretanto, antes de decidir investir em tráfego pago, é essencial considerar alguns pontos fundamentais como por exemplo, a segmentação do público-alvo, o estabelecimento de metas claras e um orçamento realista, além da escolha de uma plataforma adequada para os objetivos e público definido. E para saber se está na hora de investir em tráfego pago, a empresa deve considerar a validação do produto no mercado, ter um site ou landing page otimizado para conversões, dispor de um orçamento para testar e aprender com os dados, e avaliar a demanda e a concorrência no nicho de atuação.

Geralmente, a melhor estratégia de tráfego pago envolve campanhas constantes, com otimizações periódicas e ajustes no orçamento conforme a necessidade e a performance da campanha. Para negócios como e-commerce ou serviços recorrentes, campanhas contínuas são ideais.

Já para datas sazonais, como Black Friday, as ações específicas e pontuais podem ser mais eficazes. Ou seja, é preciso saber o que se deseja com o tráfego pago: mais vendas, gerar leads ou aumentar o reconhecimento de marca?

Após essa definição, avalia-se quanto pode investir sem comprometer o caixa da empresa. Por fim, é necessário garantir que sua equipe ou operação esteja pronta para atender ao volume de potenciais clientes que o tráfego vai gerar. Além disso, é preciso acompanhar métricas como CAC (Custo de Aquisição de Clientes)e ROI (Retorno sobre Investimento) a fim de garantir que o investimento está trazendo retorno.

Existem diversas empresas especializadas em tráfego pago, mas as empresas também podem optar por gerenciar a campanha internamente, porém, devem ter conhecimento técnico e tempo para otimizar constantemente os anúncios. Caso contrário, pode haver erros significativos na segmentação ou no orçamento, prejudicando os resultados. As agências, por sua vez, oferecem expertise e estrutura para analisar campanhas de forma precisa, evitando desperdícios e contribuindo com estratégias como remarketing e campanhas omnichannel. Além disso, erros comuns incluem falta de definição clara de objetivos, segmentação incorreta do público, falta de monitoramento regular das campanhas e orçamento mal planejado.

Por isso, a empresa precisa estar adequadamente estruturada antes de investir em tráfego pago. Não adianta direcionar tráfego para um site desatualizado, uma página confusa ou um funil de vendas inexistente. O tráfego pago amplifica o que já existe, e se a operação não estiver pronta para atender o cliente ou converter as visitas, o investimento pode ser desperdiçado. Assim, a melhor estratégia é combinar o tráfego orgânico — que envolve o trabalho contínuo de construção de marca, presença digital e criação de conteúdo — com o tráfego pago. Dessa forma, as pessoas podem chegar ao seu negócio de diferentes maneiras, seja buscando por soluções específicas, seja por meio de anúncios criativos e bem segmentados.

Nesse sentido, se você está começando, o primeiro passo é procurar profissionais ou agências certificadas nas plataformas em que deseja investir, como Google Ads, LinkedIn Ads ou Meta Ads. Caso o orçamento esteja apertado, uma alternativa é usar as plataformas de forma self-service, que oferecem tutoriais e suporte. E existem também ferramentas, como o ChatGPT, que ajudarão a criar as primeiras campanhas e testar sua eficácia. E, quando se trata de tráfego pago, a melhor prática é sempre testar e analisar tudo.

Ao contrário da mídia tradicional, onde é difícil saber o retorno de cada investimento, no digital é possível rastrear o desempenho de cada clique, conversão e custo. Assim, a melhor estratégia é estruturar bem os web analytics, colocando tags no seu site para monitorar o fluxo e a origem das conversões.

Além disso, ao utilizar o tráfego pago, é essencial adotar uma cultura de testes constantes. O digital permite testar com investimentos baixos e obter resultados rápidos e visíveis, o que facilita ajustes rápidos e eficazes.

Por fim, ao iniciar no tráfego pago, é importante ter a mentalidade de testar pequenos para acertar grandes. Não acredite em milagres ou gurus da internet, mas sim, em uma abordagem de curiosidade e aprendizado contínuo. Teste suas campanhas, rastreie os resultados e, com o tempo, você verá os benefícios desse investimento estratégico. Tráfego pago não é apenas uma tendência do marketing digital, mas uma ferramenta que, quando bem usada, pode gerar resultados reais e impulsionar o crescimento do seu negócio.

*Fabricio Macias – Co-CEO da Macfor

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Loja TikTok: oportunidade ou ameaça? O novo jogo do varejo digital

Publicado

em

*Juliene Nigro

A chegada do TikTok Shop ao Brasil não é apenas uma novidade para o marketing digital: pode representar uma mudança significativa na dinâmica do e-commerce e, por consequência, na economia digital do País. Ao permitir que criadores, marcas e consumidores negociem diretamente dentro do próprio app, o TikTok reduz barreiras entre conteúdo e consumo, acelerando a jornada de descoberta até a compra.

Isso tende a democratizar o acesso ao comércio digital. Pequenos empreendedores, influenciadores locais e marcas regionais podem encontrar no TikTok Shop uma vitrine poderosa, antes inacessível nos grandes mercados tradicionais. Essa descentralização tem o potencial de movimentar a economia criativa, gerar renda para criadores de conteúdo e estimular o empreendedorismo digital, especialmente entre os jovens.

Por outro lado, grandes players como Mercado Livre, Amazon e Shopee deverão se adaptar a uma nova concorrência mais dinâmica, baseada em entretenimento e influência, e menos em busca por preço ou frete. Enquanto esses marketplaces apostam em infraestrutura logística e grande sortimento, o TikTok Shop oferece algo mais emocional e impulsivo: a compra motivada por desejo, conexão com um criador ou tendência viral.

Além disso, a própria lógica de anúncios e desempenho muda: em vez de campanhas frias, o conteúdo com viés comercial se torna mais autêntico, orgânico e integrado à rotina do usuário. Isso pressionado marca a recompensarem sua abordagem: deixar de ser apenas vendedoras para se tornarem contadoras de histórias e geradoras de entretenimento com propósito.

Em termos econômicos, isso pode aquecer ainda mais o setor de comércio social, estimular a formalização de novos negócios digitais e redistribuir a atenção (e os gastos) dos consumidores para plataformas mais sociais.

Para as marcas, o desafio é claro: não basta vender um produto — é preciso construir relevância cultural. A comunicação se torna o principal motor de vendas. As campanhas precisam ser menos “campanhas” e mais conversas. A produção de conteúdo passa a ser tão estratégica quanto ao próprio portfólio. E os criadores, que hoje já são parceiros de negócios em muitos casos, tornam-se ainda mais fundamentais nessa jornada.

Em resumo, o TikTok Shop chega como um potencial de mudanças no e-commerce brasileiro, com impactos que além das telas: ele reorganiza o ecossistema digital, desafia os gigantes do varejo e oferece novas oportunidades para quem souber usar a criatividade como motor de vendas.

* Juliene Nigro – Vice-presidente de operações da Mootag

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