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Como a inteligência artificial auxilia a estratégia de precificação do e-commerce
Ricardo Ramos
Qualquer decisão estratégica em uma empresa precisa ser tomada após intensa pesquisa, debates com outras lideranças, reuniões e projeções. Isso, claro, é a teoria e o mundo ideal. Na prática, sabemos que nem sempre é o que acontece. A pressão por resultados e a correria do dia a dia faz com que muitos gestores adotem outras formas para isso, como a própria experiência na área e seu feeling para fazer negócios.
Pode dar certo? Sim, às vezes funciona. Mas sabemos que na quase totalidade das vezes é essencial muito mais do que o conhecimento prévio do profissional para chegar a decisões realmente assertivas. No caso do e-commerce, o pricing certamente é um deles. Uma iniciativa mal planejada nos preços dos produtos, por mais simples que seja, pode comprometer toda a operação da loja virtual. É por isso que soluções de inteligência artificial ganham corpo na estratégia de precificação.
A proposta de inteligência artificial ainda pode ser considerada recente dentro das empresas. Ainda que uma pesquisa da PwC mostre que 85% dos CEOs em todo o mundo acreditam que é uma tecnologia que vai mudar a forma de fazer negócios nos próximos cinco anos, sua adoção não acompanha essa visão: 58% das corporações ainda não introduziram soluções de IA em suas rotinas.
Da mesma forma que a inteligência artificial ainda é um tema recente na rotina das empresas, a área de pricing é uma novidade para muitos gestores. Assim, um dos grandes problemas que as lojas virtuais enfrentam é justamente a falta de profissionais especializados e de uma cultura orientada à estratégia de preços. Não há conhecimento de estatística e de projeções matemáticas entre aqueles que irão decidir os valores dos produtos.
Sem isso, os varejistas tomam decisões direcionadas exclusivamente pelo que acham certo, sem nenhuma base científica — apenas confiando em experiências passadas e na própria atuação no segmento. Se as vendas estão caindo, o primeiro impulso é fazer promoções para atrair clientes. Porém, é mais um palpite do que uma iniciativa bem planejada. Afinal, o que deu certo no passado pode não se repetir no futuro.
Os preços praticados em uma loja virtual precisam refletir diversas variáveis, levando em conta informações do mercado, dos concorrentes, dos consumidores, fornecedores e até do próprio estoque. Colocar um produto em promoção nem sempre é a melhor estratégia porque a diminuição da margem pode impactar na rentabilidade. Ou ainda pode ser necessário até brecar as vendas de determinado item porque é melhor reduzir a saída do que lidar com a ruptura no estoque.
São essas — e outras — questões que precisam estar claras na mente dos gestores de e-commerce antes de aplicar a estratégia de pricing. Evidentemente, as respostas passam por uma análise cada vez maior de dados digitais. Lidar com esse oceano de informações de forma manual é praticamente inviável — e é nesse ponto que a inteligência artificial atua para proporcionar decisões inteligentes de fato em relação aos preços do comércio eletrônico.
Por ser uma tecnologia exatamente baseada em dados, as ferramentas de IA conseguem trabalhar com esse grande volume de informações. E, a partir daí, transformá-lo em gráficos históricos com a evolução do valor praticado, previsões de demanda, projeções da concorrência, relação de causa e efeito, entre outros insights que potencializam a decisão. O objetivo é justamente tirar o feeling humano para usar informações mais exatas na estratégia.
Dessa forma, há um ganho de velocidade (uma vez que as decisões são tomadas mais rapidamente porque os insights estão disponíveis a poucos cliques); de escala (porque é possível aplicar diferentes regras de precificação em todo o catálogo de produtos); e de custos (com maior economia e menos riscos). Um cenário bem melhor do que aqueles que tentam fazer tudo sozinhos ou até utilizam sistemas mais simples. Sem essa tecnologia, é impossível ter a melhor tática de preços para todos os itens.
Iniciativas pioneiras pelo mundo mostram esse potencial. Estudo conduzido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e BCG Henderson Institute (BHI) aponta que grandes corporações que alteraram preços com orientação de IA alcançaram uma receita 70% superior em comparação às empresas que não utilizaram a tecnologia na sua estratégia de pricing. Além disso, apenas 13% de quem implementou inteligência artificial em pricing não viu benefícios financeiros — contra 34% de quem a utilizou em outras áreas.
Em um cenário de aceleração digital pelo qual as empresas brasileiras estão passando, é essencial contar sempre com as melhores soluções tecnológicas disponíveis. Isso vale para todas as áreas: da gestão ao estoque, passando por marketing, comercial, operações e logística. Ou seja, ter ferramentas que digitalizam e potencializam as decisões representa um ganho estratégico fundamental.
Com o pricing não é diferente. É um conceito importante demais para continuar relegado ao segundo plano no e-commerce brasileiro. Somente com a inteligência artificial na tomada de decisões é possível garantir que o preço da loja tenha sempre o valor justo tanto para quem compra quanto para quem vende.
Ricardo Ramos – CEO e fundador da Precifica, empresa especializada em soluções de pricing
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Como aproveitar as trends das redes sociais para alavancar os negócios em barbearias
*Por Anderson Galdino de Lima
Nos últimos anos, o mercado de beleza masculina vem crescendo exponencialmente, com barbearias se tornando um verdadeiro fenômeno no cenário urbano. Esses espaços deixaram de ser meros pontos de corte de cabelo e barba para se tornarem lugares de promoção de experiências de cuidado e bem-estar. Nesse contexto, o marketing digital tem desempenhado um papel fundamental na forma como essas barbearias se comunicam com seu público-alvo.
Elas surgiram como um canal essencial para promover esses estabelecimentos, tornando-se verdadeiros propulsores de tendências (ou “trends”) que podem ser exploradas para alavancar os negócios.
Nesses 20 anos de atuação como cabeleireiro e 15 anos como instrutor, vivenciei uma transformação significativa nesse mercado. Se antes a propaganda boca a boca era o principal meio de divulgação, hoje Instagram, TikTok e YouTube, são fundamentais para construir uma marca forte e atraente. O marketing nas barbearias evoluiu para algo mais estratégico, focando em criar uma identidade visual e um estilo de comunicação que reflitam as necessidades e os desejos do homem moderno.
Assim, além de entender de corte de cabelo, tratamento de barba, design de barba e coloração entre outras opções de serviços, o barbeiro precisa estar pronto para gerar uma experiência única, transformando o seu espaço em um local onde o cliente se sinta acolhido e possa relaxar enquanto cuida da aparência. O marketing, então, passou a ter um papel central na criação dessa experiência, utilizando estratégias como a produção de conteúdo relevante, branding autêntico e, claro, o aproveitamento das trends para viralizar.
Com o aumento do uso das redes sociais, as barbearias encontram nessas plataformas uma oportunidade de ouro para expandir sua presença e alcançar um público cada vez maior. Ao acompanhar as trends — seja no formato de vídeos curtos, desafios virais ou novos estilos de cortes e cuidados — os profissionais conseguem se conectar de maneira mais próxima com o público, engajar novos clientes e criar uma comunidade ao redor da marca.
Desse modo, aproveitar as trends das redes sociais pode ser uma estratégia eficiente para transformar uma barbearia em um negócio bem-sucedido e badalado. Veja 5 dicas práticas que podem ajudar no sucesso das barbearias:
- Identifique as principais trends de cuidado masculino
É importante estar atento às tendências que circulam nas redes sociais relacionadas ao mundo da beleza masculina. Isso inclui novos cortes de cabelo, estilos de barba e até mesmo cuidados com a pele e produtos. Por exemplo, se um estilo específico de corte de cabelo se torna viral no TikTok, sua barbearia pode criar conteúdo mostrando como esse corte é feito, além de oferecer esse serviço de forma destacada.
- Produza conteúdo relevante e de qualidade
O conteúdo é a alma do marketing nas redes sociais. Por isso, criar vídeos, fotos e posts que ofereçam dicas e orientações práticas para os homens pode fazer uma enorme diferença. Inclua tutoriais de como manter a barba em casa, dicas de produtos para cuidar do cabelo, ou até mesmo orientações sobre como escolher o melhor estilo de corte para cada tipo de rosto.
- Use vídeos curtos e dinâmicos
Plataformas como Instagram Reels, TikTok e até mesmo YouTube Shorts têm priorizado vídeos curtos e dinâmicos. Estes são o formato ideal para capturar a atenção dos usuários em poucos segundos.
- Incentive o engajamento com o público
As redes sociais são, acima de tudo, plataformas de interação. Responder a comentários, fazer enquetes e até mesmo usar “challenges” que envolvam os seguidores é uma ótima forma de criar uma comunidade engajada ao redor da barbearia.
- Aposte em parcerias com influenciadores
O marketing de influência é uma das estratégias mais eficazes nas redes sociais. No mercado de beleza masculina, muitos influenciadores e blogueiros já se especializam em cuidados pessoais para o homem moderno. Fazer parcerias com esses influenciadores pode ser uma maneira eficiente de alcançar um novo público e fortalecer a credibilidade da barbearia.
Além de seguir as trends, produzir conteúdo com dicas de cuidados pessoais para os homens pode ser um grande diferencial para a barbearia. Homens estão cada vez mais interessados em aprender sobre cuidados com o cabelo, a pele, a barba e até mesmo o bem-estar físico e mental. Portanto, ao criar conteúdos que ensinem e eduquem sobre esses temas, sua barbearia estará se destacando da concorrência.
Ao transformar a barbearia em uma referência no cuidado masculino, não apenas no ambiente físico, mas também digital, pode significar a consolidação do espaço como um ponto de encontro e referência para homens que buscam estar sempre bem cuidados e por dentro das tendências.
Por isso, é possível assegurar que a chave para o sucesso está em estar sempre atento às novidades, produzir conteúdo autêntico e relevante, e interagir de forma ativa com a comunidade. Ao seguir essas estratégias, sua barbearia pode se transformar em um ponto de encontro badalado e desejado por homens que buscam não só cuidar da aparência, mas também vivenciar uma experiência de bem-estar e estilo.
*Anderson Galdino de Lima é um empreendedor no segmento da beleza masculina, instrutor e barbeiro profissional que vem ministrando cursos de capacitação para barbeiros desde 2008. Com uma vasta experiência na área, se tornou referência no mercado da barbearia com participações em eventos, feiras do setor e em especializações no Brasil e na América Latina. Além disso, é reconhecido com medalha de ouro pelo Conselho Nacional dos Profissionais de Beleza pelo trabalho, dedicação e empenho junto ao mercado da beleza.
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IA generativa e os novos formatos de mídia
*Bruno Campos de Oliveira
Muito se fala nos dias de hoje sobre a Inteligência Artificial (IA). Ela, contudo, faz parte da vida das pessoas há muito tempo, por vezes de forma invisível. O que vimos nos últimos anos, porém, foi uma revolução impulsionada pela IA generativa, uma vertente capaz de criar conteúdos variados: de textos, imagens, músicas e vídeos, até ambientes digitais imersivos. Essa transformação não apenas trouxe novas ferramentas criativas, mas democratizou o acesso a essas tecnologias, fazendo com que qualquer pessoa com um smartphone ou notebook possa se tornar uma criadora de mídia.
O grande divisor de águas, na minha avaliação, foi o surgimento e a popularização das IAs generativas. De modo quase instantâneo, elas passaram a desempenhar papéis que antes dependiam de habilidades técnicas complexas e de anos de estudo. A capacidade de criar textos coerentes, imagens realistas ou músicas envolventes em questão de segundos desafia o próprio conceito de autoria e cria oportunidades inéditas. Essa inovação, por enquanto, tem sido dominada por conteúdos em texto e imagem. O próximo passo, contudo, parece óbvio: a criação de novos formatos de mídia.
Do estático ao dinâmico: o próximo salto
Estamos na fase inicial da IA generativa. Textos e imagens são produzidos com uma facilidade impressionante, mas são criações que, em sua maioria, ainda podem ser consideradas estáticas. A verdadeira inovação, no entanto, será integrar a IA para criar formatos dinâmicos e interativos. Pense em vídeos gerados automaticamente que respondem ao toque, ao som ou à interação do espectador em tempo real. Ou, em jogos que se adaptam de forma contínua ao comportamento do player, modificando a narrativa com base em suas escolhas.
Um exemplo disso são os experimentos com a criação de realidades virtuais ou aumentadas, ambientes gerados pela IA em que os limites entre o físico e o digital se tornam quase indistintos. Nesses espaços, será possível não só consumir conteúdo, mas também interagir e criar experiências que antes pareciam saídas de um filme de ficção científica.
Se o campo de textos e imagens já está consolidado, penso que as próximas frentes de expansão da IA generativa são os áudios e vídeos. A criação de vozes sintéticas, que imitam perfeitamente vozes humanas, já se encontra em um estágio avançado. Isso permite que narrativas de audiolivros, podcasts ou músicas sejam geradas sem a participação de um locutor ou músico real. As possibilidades criativas são imensas: você pode imaginar, por exemplo, uma peça teatral onde os diálogos, a trilha sonora e os efeitos de som são gerados e adaptados conforme a plateia reage?
Da mesma forma, no campo do vídeo, a IA pode criar cenas em tempo real, eliminando a necessidade de filmagens tradicionais. Já existem ferramentas que simulam ambientes tridimensionais e geram vídeos a partir de simples descrições textuais, uma aplicação com potencial revolucionário para o setor audiovisual, por exemplo.
A questão central, na minha avaliação, é: no âmbito do marketing e da comunicação, como expandir essas capacidades para além dos formatos tradicionais? Uma possível resposta está na combinação de diferentes tecnologias de IA, como o machine learning e o processamento de linguagem natural, com interfaces multimodais, criando novos tipos de mídia que mesclam texto, áudio, vídeo e até interações físicas.
Imagine uma campanha interativa na qual o consumidor não apenas assiste, mas também participa ativamente da construção da narrativa. Por exemplo, um “filme vivo”, onde a trama se altera com base nas escolhas ou respostas emocionais do público. Outro exemplo, no live marketing, poderia ser a criação de experiências sensoriais em ativações, nas quais a IA cria não só o conteúdo visual e sonoro, mas também simula aromas, texturas ou temperaturas para criar uma imersão total.
Além disso, as inteligências artificiais podem ser capazes de criar conteúdo colaborativo em tempo real. Ferramentas que reúnem várias pessoas, cada uma contribuindo com suas ideias, e, com a ajuda da IA, combinam essas sugestões para gerar um produto final coletivo — seja ele um filme, uma música, ou uma campanha 100% interativa. Esse tipo de produção expandiria a criação de mídia para algo que envolve comunidades inteiras, onde o papel do criador se torna muito mais fluido.
Desafios e oportunidades
Se por um lado a IA generativa abre possibilidades criativas, também traz desafios. A autoria de obras geradas por IA é uma questão ainda em aberto: de quem é a criação? Do algoritmo, do humano que alimentou a IA, ou de ambos? Além disso, o impacto no mercado de trabalho, especialmente nas indústrias criativas, precisa ser cuidadosamente avaliado. Profissões como designers, redatores e até desenvolvedores, poderão ser transformadas ou substituídas.
No entanto, ao mesmo tempo, a IA oferece uma oportunidade única para reinventar a forma como consumimos e produzimos conteúdo. O futuro pode reservar a criação de formatos de mídia que sequer conseguimos conceber plenamente hoje, expandindo as fronteiras da publicidade, do entretenimento e de muitas outras indústrias.
A IA generativa já alterou profundamente a maneira como interagimos com o conteúdo, e sua expansão para novos formatos é apenas uma questão de tempo. O futuro da mídia está em ser moldado por uma co-criação entre humanos e máquinas, e essa jornada está apenas começando.
* Bruno Campos de Oliveira – CEO da Pixel Roads