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As novas diretrizes da Meta e os (novos) riscos para as marcas e para a confiança nas plataformas digitais

Publicado

em

*Leandro Navatta

No último dia 7 de janeiro, a Meta anunciou a descontinuação de seu programa de verificação de fatos, cujo objetivo era o de fornecer informações contextualizadas e combater a desinformação nas suas plataformas. Alegando defesa da liberdade de expressão, o anúncio da big tech marcou uma mudança significativa nas diretrizes da própria Meta, levantando questionamentos sobre o futuro da moderação de conteúdo na era digital. A retirada dos serviços de checagem de fatos, essenciais para filtrar notícias falsas e conteúdos ofensivos, seguramente terá repercussões graves, não “apenas” para os usuários, mas principalmente para as marcas que investem pesadamente em plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp.

Desde os primórdios das mídias sociais, um dos maiores desafios enfrentados pelas plataformas foi encontrar um equilíbrio entre a livre expressão e a garantia que informações falsas não se espalhassem sem controle. O programa de verificação de fatos da Meta desempenhou um papel crucial nesse processo, removendo ou sinalizando conteúdos que propagavam desinformação, discursos de ódio e teorias da conspiração. Ao descontinuar esse serviço, a big tech está essencialmente diminuindo sua responsabilidade no que diz respeito ao controle de conteúdos prejudiciais. Mais do que uma simples mudança operacional, essa decisão pode criar um ambiente altamente arriscado para os anunciantes, que se veem perante um dilema: continuar investindo em uma plataforma na qual o risco de associação com conteúdos negativos cresce a cada dia.

Uma das principais preocupações das marcas ao anunciar nas mídias sociais é o brand safety. As empresas buscam, sobretudo, garantir que seus anúncios não sejam exibidos ao lado de conteúdos que possam prejudicar sua imagem, gerando uma reação negativa do público. Com a diminuição da moderação de conteúdo, esse risco se torna ainda mais pronunciado. Em um ambiente menos controlado, os anunciantes podem se ver ligados a conteúdos potencialmente perigosos, como discursos de ódio, fake news ou informações que, embora não claramente ilegais, sejam tóxicas ou polarizadoras. A associação com esse tipo de discurso pode ser devastadora para a reputação de uma marca, que pode ver seus valores e posicionamento comprometidos por mensagens de ódio que circulam nas mesmas plataformas.

Além disso, a falta de moderação pode criar uma sensação de desconfiança entre as marcas e a Meta. Em um cenário no qual a segurança de marca é uma prioridade estratégica, a decisão de descontinuar a checagem de fatos pode sinalizar que a plataforma não está mais comprometida com a criação de um ambiente seguro para anunciantes e consumidores. As empresas, especialmente as que dependem das mídias sociais para suas campanhas de marketing, podem começar a reconsiderar seus investimentos em anúncios pagos nas plataformas da Meta, buscando alternativas mais seguras e confiáveis. Com isso, a big tech corre o risco de perder uma parte significativa de sua receita publicitária, especialmente em um momento em que suas redes já enfrentam desafios de concorrência com plataformas emergentes.

É importante destacar que, ao falar sobre liberdade de expressão, a Meta não está apenas se distanciando da moderação de conteúdos prejudiciais, mas também abrindo mão da responsabilidade sobre o impacto que a desinformação pode ter na sociedade. Embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, isso não significa que as empresas e plataformas digitais não tenham a obrigação de criar um ambiente saudável para seus usuários e anunciantes. A liberdade de expressão não pode ser usada como um escudo para permitir a disseminação de conteúdos prejudiciais, especialmente quando isso coloca em risco a confiança do público e a integridade das marcas.

A Meta está, portanto, diante de um dilema: proteger a liberdade de expressão, mas também garantir que suas plataformas continuem sendo um espaço confiável e seguro para anunciantes e usuários. O mercado publicitário, que já é altamente competitivo, tende a priorizar ambientes onde a transparência e a segurança são prioridades. A falta de moderação pode fazer com que a Meta se afaste dos anunciantes que buscam plataformas mais controladas e confiáveis, gerando um efeito negativo em sua receita e, consequentemente, em sua posição no mercado digital.

* Leandro Navatta – CTO da Pixel Roads

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Distritos de mídia: o pulsar vibrante das cidades e a transformação urbana inspirado pela Teoria da Janela Quebrada

Publicado

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*Fabi Soriano

Imagine uma cidade que pulsa, que respira modernidade e que convida as pessoas a viverem sua melhor versão. Assim são os distritos de mídia espalhados pelo mundo: Times Square, Piccadilly Circus, Shibuya Crossing, a Free Zone em Seul – verdadeiros ícones urbanos que não apenas refletem a essência da publicidade exterior, mas também revitalizam e redefinem o que é viver em um centro urbano moderno.

Esses espaços são mais do que aglomerações de painéis luminosos. São corações pulsantes das cidades, pontos de encontro entre criatividade, tecnologia e cultura. E, se você olhar com atenção, eles contam uma história poderosa sobre transformação.

Segundo a Teoria da Janela Quebrada, ambientes que demonstram cuidado e organização desencadeiam comportamentos positivos. Quando uma janela quebrada é consertada rapidamente, passe a mensagem daquele espaço importante – e, com isso, crie um ambiente onde as pessoas se sintam seguras, respeitadas e parte de algo maior.

Agora, pense nos distritos de mídia! Antes de Times Square se tornaria o epicentro da energia nova-iorquina, era um lugar degradado, com ruas que muitos evitavam. Com planejamento, criatividade e investimentos em OOH (out of home), ela se tornou um ícone global. Hoje, a Times Square recebe milhões de turistas por ano e gera uma economia bilionária para a cidade. Isso não é magia; é a força de como um ambiente visualmente impactante pode transformar um local.

A publicidade exterior, em seus formatos mais tecnológicos e criativos, é muito mais do que uma ferramenta para marcas. Ela é uma conversa do progresso das cidades. Cidades que valorizam o OOH entendem que ele é, ao mesmo tempo, um espelho e uma vitrine. Ele reflete a inovação, o dinamismo e a pulsação da vida urbana. E, ao mesmo tempo, é uma vitrine que conecta as pessoas com o que há de mais novo e relevante – desde grandes marcas até manifestações artísticas.

Piccadilly Circus, em Londres, é um exemplo claro disso. Os cruzamentos, com seus painéis que dialogam com o público em tempo real, é muito mais do que uma área de publicidade: é uma plataforma que projeta Londres como uma capital criativa, diversa e inovadora.

Já em Shibuya, Tóquio, a convergência de luzes, sons e movimento é uma celebração da vida urbana. É um lembrete de que a publicidade OOH não é invasiva – ela é a trilha sonora visual das cidades que não dormem, que sonham alto e que inspiram o mundo.

Agora, o Brasil entra no jogo com a criação dos distritos de mídia em Belo Horizonte, Curitiba e Niterói. Projetos ousados que prometem transformar quadras centrais em uma espécie de Times Square brasileira. Esses espaços serão muito mais do que centros de publicidade: serão palcos para o talento brasileiro, um ponto de convergência entre marcas, cultura e inovação.

A criação de um espaço vibrante e atraente como um distrito de mídia pode trazer benefícios que se espalham como ondas: mais turismo, mais movimento econômico, mais orgulho para os moradores e mais segurança natural pela ocupação positiva do espaço público. Esse movimento também já começa a ecoar em outras cidades: em Belo Horizonte, a revitalização da Praça Sete, símbolo do Hipercentro, avanço para transformar a região; o mesmo ocorre em Niterói (RJ), com a modernização da Avenida Ernani Amaral Peixoto, outro polo urbano com potencial para se tornar referência em comunicação e urbanismo inteligente.

Quando olhamos para os grandes distritos da mídia do mundo, percebemos que eles não são apenas alguns pedaços de cidade iluminados por LEDs. São símbolos de progresso, criatividade e do poder que as cidades têm de se reinventar.

Belo Horizonte, Curitiba e Niterói agora têm a oportunidade de dar esse salto. De criar um espaço que inspire, que atraia pessoas, que conecte marcas às histórias que queremos contar. Porque, no fim, distritos de mídia não são apenas sobre publicidade. São sobre imaginar o futuro e ter confiança de construí-lo.

E você, está pronto para enxergar nossas cidades brilhando com todo o seu potencial?

*Fabi Soriano – Diretora executiva da Central de Outdoor

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Autenticidade vs. Artificialidade no branding: o desafio das marcas na era da IA

Publicado

em

*Amanda Paribello Mantovani

Você sente que está falando com marcas ou com máquinas? Em 2025, essa dúvida tornou-se rotina para consumidores cada vez mais atentos — e impacientes. No universo saturado por mensagens automatizadas, a autenticidade deixou de ser um diferencial e passou a ser uma questão de sobrevivência para as marcas.

A popularização da inteligência artificial no marketing trouxe ganhos evidentes: eficiência operacional, personalização em escala e agilidade na produção de conteúdo. Segundo dados da Salesforce, 68% dos líderes de marketing globais já utilizam IA generativa em suas campanhas. No entanto, apenas pouco mais da metade acredita que está usando essa tecnologia de forma realmente criativa e autêntica. O resultado disso é um aumento de campanhas genéricas, diálogos frios e experiências impessoais, que acabam distanciando as marcas de seus públicos.

O público, cada vez mais consciente e crítico, reconhece rapidamente discursos vazios ou desalinhados com a prática. De acordo com o Edelman Trust Barometer 2024, 71% dos consumidores abandonam marcas que soam artificiais ou descoladas da realidade. A confiança, hoje, não nasce de promessas, mas da coerência entre o que a marca diz e o que ela realmente entrega. E não há algoritmo capaz de sustentar essa consistência sem propósito.

É nesse cenário que ganha força o conceito de branding híbrido, no qual a tecnologia é usada como aliada — e não como substituta — do toque humano. A IA pode ser poderosa para gerar insights, antecipar comportamentos e personalizar jornadas, mas o conteúdo precisa continuar sendo construído com emoção, empatia e senso de comunidade. A tecnologia deve liberar tempo das equipes para que elas pensem estrategicamente e criem com mais profundidade, e não apenas acelerar a produção de mensagens automáticas.

Para manter a autenticidade em tempos digitais, algumas práticas têm se mostrado eficazes. A primeira delas é a transparência: consumidores querem saber quando estão interagindo com uma máquina e quando existe envolvimento humano real. A clareza nesse processo aumenta a confiança e fortalece o vínculo com a marca. Outra prática essencial é manter consistência no tom de voz. A identidade precisa ser preservada em todos os pontos de contato, mesmo com o uso de ferramentas automatizadas. Além disso, é cada vez mais relevante incluir o consumidor como parte ativa da narrativa, escutando suas opiniões e cocriando experiências em tempo real.

O mercado também começa a priorizar parcerias com influenciadores autênticos e comunidades reais. Em vez de apostar apenas em grandes celebridades, marcas têm investido em microinfluenciadores que possuem forte identificação com nichos específicos. A lógica é simples: confiança e relevância pesam mais do que alcance bruto. A personalização, nesse novo cenário, só faz sentido quando está a serviço de experiências que gerem pertencimento e conexão genuína.

A era da inteligência artificial não representa o fim da autenticidade — ao contrário, ela a coloca à prova. Marcas que conseguirem equilibrar eficiência tecnológica com humanidade verdadeira vão liderar o movimento de reconexão com as pessoas. Porque, no fim das contas, o público não quer perfeição. Quer verdade.

*Amanda Paribello Mantovani – Especialista em marketing e eventos, atua no desenvolvimento de estratégias criativas para fortalecer marcas, engajar públicos e potencializar resultados.

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