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O 5G finalmente chegou ao Brasil! Agora é hora de saber o que fazer com ele

Publicado

em

*Laércio Guimaraes

Foi um longo período de espera, algumas idas e vindas, mas a tecnologia 5G, que promete revolucionar a conectividade e o uso de dados, finalmente chegou ao Brasil. Foi em 6 de julho que Brasília recebeu a primeira faixa para operação. Outras capitais já receberam, como Porto Alegre, Belo Horizonte, João Pessoa, São Paulo, Curitiba e Salvador. As demais devem receber a novidade até o fim do ano e o país inteiro, até 2029.  

Porém, a implementação da infraestrutura necessária é apenas o primeiro passo para a real popularização da tecnologia nas mais diferentes esferas da sociedade. Agora, mais do que nunca, é preciso saber o que ela pode oferecer a pessoas, empresas e poder público e, principalmente, como aproveitar essas vantagens no dia a dia.  

Não faltam pesquisas que mostram o desconhecimento do brasileiro em relação ao tema. Levantamento da IDC, por exemplo, mostra que 84% das pessoas acreditam que a tecnologia vai transformar o modo como acessamos a internet, mas apenas 36% admitem que conhecem “bem” o seu conceito.  

No ambiente corporativo, a perspectiva é semelhante. Um estudo conduzido pela KPMG indica que praticamente sete em cada dez empresas no Brasil (71%) querem utilizar o 5G nos próximos cinco anos, mas quase a metade (46%) é incapaz de dizer quanto precisam investir para usufruir dessa tecnologia. Já outra pesquisa da IDC reforça que oito em cada dez organizações (80%) no país acreditam que a única melhora é na conectividade.  

Esse paradoxo ocorre por dois motivos principais. O primeiro deles, evidentemente, está relacionado ao próprio atraso do país em relação ao desenvolvimento de tecnologia. Em outras palavras: as novidades demoram a chegar aos brasileiros. Para se ter uma ideia, nem mesmo a tecnologia 4G está consolidada no país – quase 90 cidades brasileiras não tinham cobertura para esse tipo de conexão no primeiro semestre de 2022, segundo a Anatel. Ou seja, isso faz com que a maioria das empresas e dos profissionais trabalhem com a realidade que têm em mãos e não com aquilo que podem receber no futuro.   

Isso leva ao segundo ponto: o desconhecimento de como as soluções tecnológicas podem beneficiar processos e rotinas. É preocupante pensar que a imensa maioria dos gestores acredita que o 5G resolve apenas questões de conectividade. Mas para eles isso sempre foi mais teoria do que prática. Era uma inovação que acontecia em países bem mais desenvolvidos tecnologicamente, como Coreia do Sul, China e Estados Unidos. Por aqui, havia problemas bem mais urgentes e concretos para serem resolvidos, como a infraestrutura necessária para trabalhar com big data e inteligência artificial.  

Portanto, o desafio agora é desmistificar de vez o conceito de 5G na sociedade civil, no poder público e, claro, no ambiente corporativo. Sim, a velocidade de conexão vai ser bem mais rápida e o tempo de latência será mais curto do que era com o 4G. Mas não adianta saber disso se não entender como aplicar na prática. É necessário promover um maior engajamento dos profissionais de diversas áreas no tema e, por fim, criar uma cultura orientada à inovação.   

Afinal, quando bem trabalhado, o 5G tem o potencial de alavancar de vez a extração, análise e interpretação de dados – itens essenciais para a sobrevivência de qualquer negócio atualmente. Imagine, por exemplo, as soluções de big data e IA já utilizadas pelas suas equipes em um cenário de alta conectividade e integração entre diversas ferramentas. Abre-se um leque de oportunidades que precisa ser aproveitado por todos.  

Somente assim daremos um passo importante rumo ao pleno desenvolvimento econômico e tecnológico. A implementação do 5G reforçou a sensação de que o Brasil está sempre atrás das demais nações, num esforço de tentar diminuir essa diferença. Ao reconhecer esse problema e agir para que as inovações sejam utilizadas da melhor forma possível, no futuro não perderemos mais tantas oportunidades como agora. O 5G finalmente está abrindo as portas da transformação digital completa para os brasileiros.  

*Laércio Guimaraes –  COO da Deep Center, empresa especialista em gestão da informação. 

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A COP30 e o rótulo como instrumento de política pública: O papel das marcas nessa construção

Publicado

em

*Valmir Rodrigues

Enquanto o mundo comenta os avanços e o que poderia ter sido melhor na COP30, milhões de pequenos produtores e povos indígenas seguem invisíveis nas embalagens – e também no dinheiro que circula pelas cadeias de consumo. No fim, não são governos nem organismos internacionais que definem o ritmo de uma transição justa, mas o cidadão comum, que exerce poder diariamente por meio de suas escolhas de compra.

Quando o assunto é clima, o imaginário coletivo se volta quase sempre ao petróleo e às florestas. No entanto, quem realmente mexe o ponteiro, todos os dias, é o sistema de consumo, começando pelo alimento, responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. Cada vez que alguém enche o carrinho no supermercado, decide não apenas o que vai comer, mas quais produtores, territórios e modelos de negócio vai financiar.

O documento final da COP30, em Belém, aponta para um mundo em transição: triplicação do financiamento para adaptação, reforço da justiça climática e maior centralidade da Amazônia no debate. É um passo relevante. Mas permanece sem resposta a pergunta essencial: como essa ambição chega ao prato do consumidor e, sobretudo, às mãos de quem produz o que está nesse prato?

No Brasil, essa questão ganha nome e endereço. Segundo o Censo Agropecuário, cerca de 3,9 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar representam 77% de todas as propriedades agrícolas do país e respondem por grande parte da comida consumida diariamente. Ao lado deles, as Terras Indígenas ocupam aproximadamente 13% do território nacional e concentram algumas das áreas mais bem preservadas do país. As imagens de satélite mostram isso de forma inequívoca: onde há terra indígena demarcada, a floresta permanece; onde não há, a pressão avança rapidamente.

São justamente esses grupos – pequenos produtores e povos indígenas – que figuram nos discursos da COP30, mas continuam à margem das principais decisões e quase ausentes das embalagens, dos rótulos e do fluxo econômico das cadeias de consumo.

Fora das salas de negociação, as pesquisas mostram que metade ou mais dos consumidores já aceita pagar um valor maior por produtos considerados sustentáveis, e que itens com alegações ambientais e sociais crescem mais em vendas do que concorrentes “neutros” na mesma gôndola. Não falta boa vontade do consumidor; falta transparência, linguagem acessível e modelos de negócio que garantam que esse valor adicional chegue à base da cadeia – às famílias agricultoras e às comunidades indígenas que o Pacote de Belém promete proteger.

É nesse ponto que surge o grande desafio, mas também uma enorme oportunidade para a indústria de alimentos e para as marcas de forma geral: transformar o Pacote de Belém em produtos e embalagens capazes de falar a linguagem do consumidor e criar uma ponte direta com quem produz. Isso significa abandonar o “green talk” genérico e adotar informações que conectem o público ao território de origem, apresentem propriedades, cooperativas, comunidades e terras indígenas, e expliquem de maneira simples como cada escolha contribui para manter a floresta em pé ou fortalecer um pequeno produtor. Também significa incorporar indicadores claros de justiça na cadeia, mostrando de forma objetiva qual parcela
do valor pago chega ao campo e substituindo selos abstratos por transparência concreta e compreensível.

A embalagem pode se tornar, mais do que um recurso de marketing, uma ferramenta de política pública. Ela pode aproximar produção e consumo quando fizer sentido, especialmente em alimentos frescos, onde transporte e cadeia fria têm grande peso nas emissões, ajudar a reduzir desperdício ao oferecer informações claras sobre porções, conservação e uso integral, e mostrar, com números simples e histórias reais, como aquela compra financia territórios e modos de produção específicos, e não apenas uma marca
distante da realidade do campo.

Depois da COP30, a disputa não se limita ao texto de documentos internacionais, mas se estende à confiança na ponta da cadeia. As marcas que conseguirem demonstrar, com dados acessíveis e linguagem clara, que transformam a vontade do consumidor em renda e proteção para pequenos produtores e povos indígenas vão sair na frente.

Algumas já dão os primeiros passos: utilizam QR codes que mostram a fazenda, a cooperativa ou o território de origem; simplificam embalagens para contar histórias concretas em vez de slogans genéricos; e testam modelos nos quais uma parcela do preço é vinculada diretamente a projetos em comunidades rurais. A maioria, porém, ainda permanece no slide da COP, distante da gôndola.

No fim, a pergunta central não é se o Pacote de Belém foi ambicioso o suficiente. A verdadeira questão, para o Brasil e para o mundo, é outra: o pacote que o consumidor leva para casa continuará mudo sobre quem produz, quanto recebe e que impacto gera, ou finalmente passará a contar a verdade que uma transição justa exige?

*Valmir Rodrigues – Fundador da My Trusted Source (MyTS) .

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Imersão além do jargão: o que as marcas precisam entender agora

Publicado

em

*Alexis Anastasiou

Nos últimos anos, palavras como “imersivo”, “360°” e “cenografia imersiva” se tornaram quase um clichê no mercado de brand experience. Conceitos originalmente associados a projetos de alta complexidade criativa passaram a ser usados para qualquer evento com LED ou projeção. O resultado é previsível: quando tudo é imersivo, nada realmente é.

Mas existe uma confusão central nesse debate. Imersão não é estética, é propósito.

É a capacidade de tirar o público do óbvio, deslocando percepção, criando significado e permitindo que ele experimente uma realidade que só existe naquele encontro. Sem narrativa consistente, sem transformação sensorial e sem um território simbólico claro, o que resta não passa de decoração tecnológica.

A boa notícia é que o próprio público já percebeu isso. Ele não se deixa impressionar apenas por estímulos visuais. Ele busca vivência, não vitrines. E o mercado começa a reconhecer que o rótulo “imersivo” só faz sentido quando a ideia encontra um suporte capaz de levar a história adiante.

Por isso, a discussão agora vai além do “como deixar bonito” e entra no “como criar presença”. É nesse ponto que iniciativas permanentes de produção tecnológica, como laboratórios de artes imersivas e espaços dedicados à pesquisa de formatos, vêm provocando uma mudança real no setor. Ao permitir testar, iterar e produzir storytelling com menos desperdício e mais profundidade, esses modelos deslocam o foco de um espetáculo de superfície para uma mídia que dialoga com tempo, memória e subjetividade.

Algumas experiências recentes em projetos culturais e lançamentos de marca já mostram os efeitos dessa virada: o público deixa de ser plateia para se tornar protagonista; a revelação de um produto deixa de ser um truque para virar jornada; a cenografia deixa de ser cenário e passa a ser narrativa.

Imersão, portanto, não é um efeito especial: é uma gramática.

Se o mercado estiver realmente disposto a estudá-la, deixaremos de confundir novidade com inovação e começaremos a entregar experiências que têm algo a dizer. As marcas que se anteciparem a essa maturidade terão, inevitavelmente, vantagem competitiva, porque a memória não se forma apenas pela imagem, mas pelo sentido que ela carrega.

E, no fim das contas, é isso que fica: a história. A tecnologia só importa quando ajuda a contá-la.

Alexis Anastasiou – Diretor e fundador do Visualfarm Gymnasium

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