Artigos
Do hobby ao negócio rentável: como transformar a produção de conteúdo em fonte de renda

*Tiago Maranhão
Transformar aquilo que mais gosta de fazer na sua maior fonte de renda. Pode parecer utopia, ou até papinho motivacional, mas o fato é que no universo digital, com os recursos disponíveis hoje em dia, isso é totalmente possível. Aliás, já tem muita gente fazendo isso e você pode entrar para essa lista também.
A Creator Economy, mercado de criação de conteúdo, já foi chamada de “economia da paixão” e considerada uma atividade paralela, sem muitas chances de ser o sustento principal de (quase) ninguém. Pois hoje, essa economia vale cerca de US$ 250 bilhões segundo dados da Goldman Sachs Research; e é possível que o marketing de influência seja o principal fator do crescimento de receita nos próximos anos.
Esses números mostram que transformar publicações, vídeos e muitas outras produções digitais em um negócio é uma realidade, e é um caminho possível. A questão que fica é: mas como fazer essa transição?
É claro que cada negócio vai exigir soluções únicas. Dito isso, existem algumas estratégias com eficiência comprovada para se profissionalizar na área e garantir que você cresça no mercado sem depender da sorte de viralizar nas redes sociais.
As cinco principais estratégias para transformar seu conteúdo em uma fonte de renda são:
Trate o seu negócio como um negócio
Pode parecer bastante óbvio, mas um dos passos mais básicos para profissionalizar a sua produção de conteúdo é, de fato, tratar essa jornada de forma profissional. Ou seja, obter conhecimentos relevantes, como edição de vídeo, SEO e marketing; aprender gestão financeira, incluindo a criação de um sistema de contabilidade e pagamento de impostos; e, com o tempo, investir em equipamentos e materiais de qualidade.
Tenha a sua própria plataforma de conteúdo
Não tem como não associar a criação de conteúdo às redes sociais, mas já passou da hora de entendermos que elas não são as únicas plataformas para construir uma carreira na área. O creator não pode depender exclusivamente desses terceiros, que têm a chancela para mudar suas políticas a qualquer momento.
Os profissionais devem investir em seu próprio canal ou site, onde possuem controle total sobre as suas ações e ganhos. Além disso, é dessa forma que se constrói uma presença online realmente duradoura e que se diferencia da concorrência.
Tenha um app com conteúdos exclusivos
Ainda dentro da lógica de ter a sua plataforma exclusiva, um aplicativo próprio também é uma maneira excelente de se conectar com uma audiência fiel. Com essa ferramenta, é possível criar uma conexão maior com a comunidade, possibilitando que os seguidores se envolvam diretamente, troquem ideias e até mesmo participem de lives.
Outra vantagem do app é o fato de ser uma ótimo espaço para lançar conteúdos premium, que entregam de modo totalmente personalizado para aquela comunidade o que ela quer consumir.
Estabeleça métricas
Cada carreira é única dentro da Creator Economy. Por essa razão, os criadores de conteúdo precisam estabelecer métricas-chave que se alinhem com a sua realidade. Dentre elas, pode-se considerar o crescimento da audiência, taxas de conversão, engajamento, receita gerada e a própria satisfação do público.
O acompanhamento e a análise desses indicadores podem ser divisores de água para ajustar a estratégia de crescimento do negócio, além, obviamente, de mostrarem com precisão qual é o seu nível de sucesso.
Crie um mídia kit
O mídia kit – importante documento que reúne informações sobre o perfil do criador de conteúdo – é um tiro certeiro no que diz respeito a atrair parcerias comerciais. E aqui é importante reforçar o quanto os creators e infopreneurs precisam deixar claro sobre o nicho em que estão atuando, colocando nesse material informações como: detalhes do público-alvo, estatísticas de audiência, taxas de engajamento, casos de sucesso anteriores e aplicação de tendências.
Com esses dados, é muito mais fácil para as marcas entenderem como podem se encaixar na narrativa do creator e lançar uma proposta que seja boa para todos os envolvidos.
A remuneração também é essencial para que o creator consiga fazer barulho no mercado. Como já ressaltado, muitas redes sociais atribuem fatores limitantes a eles, sendo a monetização um deles. Diante disso, é fundamental entender com todas as letras qual é o caminho para receber o devido valor pelo seu trabalho.
E já que chegamos até aqui, segue uma dica extra que, junto dessas cinco estratégias acima, é uma das ações mais importantes para quem quer transformar o seu hobby em profissão: comece. Dê o primeiro passo. Ter uma carreira na Creator Economy não é uma jornada linear e sem imprevistos, então muitos aprendizados vêm com o tempo e com a experiência novas soluções vão se apresentar. Então a dica é começar para testar, aprender e crescer.
*Tiago Maranhão – Country Manager na Stages
Artigos
Como marcas conectadas com o presente engajam leads com criatividade, agilidade e propósito

*Tati Wong
Sabe aquela função de ouvir os áudios do WhatsApp 2x mais rápido? Virou vício. A gente não quer só ouvir, a ideia é acelerar tudo. Pular enrolação, ir direto ao ponto, sentir a adrenalina da informação. Vivemos no modo turbo. O tempo encolheu, a paciência também. E nesse mundo de consumo fragmentado e escolhas instantâneas, a atenção virou moeda rara.
Não basta ser bonito ou criativo, é preciso ser rápido, autêntico e afiado. E o Instagram entendeu o recado. Ao liberar a reprodução acelerada dos Reels, ele rompeu com o charme do tempo linear e entrou de vez no clube dos que colocam o controle nas mãos do usuário. TikTok, YouTube, X (o ex-Twitter) e o Facebook já estavam lá, ditando o ritmo.
A pressa virou cultura, segundo a Deloitte Digital (2024), 63% das pessoas sentem que estão gastando minutos preciosos com conteúdos que não tocam, não somam, não dizem nada. E 72% já buscam marcas que falem com clareza, que se moldem ao compasso de suas vidas aceleradas. Mas a pergunta que me faço é: será que ainda sabemos escutar com calma?
O relatório “Digital 2024”, da Meltwater e We Are Social, traz um dado quase melancólico: o tempo médio de atenção em vídeos online caiu para 8,25 segundos. O menor já registrado. O que se pode realmente sentir em tão pouco tempo? Manter o interesse virou desafio para muitas cabeças em poucos segundos. E talvez, no fundo, o direcional seja menos sobre capturar olhares e mais sobre merecê-los.
Será que você ainda está aqui, ou já perdeu a paciência? No tempo em que até os textos disputam atenção como se fossem Reels, manter alguém lendo virou quase um ato de resistência. E nesse cenário, como marcas que vivem de gerar conexões por meio de leads, relacionamentos, fidelidade, podem reagir sem virar só mais um ruído?
Nos projetos que participo busco outro ritmo que une tecnologia, criatividade e inteligência humana em um só compasso. Nossos pilares, que passam por promoções, programas de incentivo, loyalty B2B2C e soluções com IA, não estão presos à escolha entre ser rápido ou profundo. O segredo está em ser relevante com agilidade.
A urgência, quando bem dirigida, pode ser um convite à ação, não um atropelo. Vemos isso acontecer em campanhas com resgates imediatos, interações leves, jogos simples e recompensas rápidas. Tudo isso fala a língua de quem não quer esperar, mas ainda assim quer sentir algo e fazer parte. Nos nossos programas, quizzes com resgate no mesmo dia chegaram a aumentar em 42% a conversão em comparação a jornadas longas e arrastadas.
Gamificar não é só entreter. É criar uma dança entre atenção e desejo. E, no mundo B2B2C, especialmente com públicos hiperconectados, essa dança é o que faz a diferença entre ser notado e ser ignorado.
Rápido nem sempre quer dizer que o projeto é raso. Segundo o Edelman Trust Barometer 2024, 71% das pessoas confiam mais em marcas com posicionamento claro. Quando propósito e recompensa se encontram, como permitir que pontos virem doações ou ações ambientais, o engajamento sobe, em média, 35%.
Aliado a isso, temos a IA, que não substitui a criatividade, ela turbina. Com dados e inteligência, conseguimos criar campanhas hiper personalizadas, como fizemos no setor de alimentos e bebidas, gerando 58% mais participação e 31% a mais no ticket médio.
E se os algoritmos pedem agilidade, respondemos com conteúdo real, rápido e com impacto. Vídeos curtos com parceiros e consumidores mostram resgates, missões e produtos de forma autêntica, e isso gera conexão de verdade. No fim, a pergunta é simples: sua marca fala no tempo do seu público? Construir relacionamento é urgente, e precisa começar com inteligência, propósito e afeto.
*Tati Wong – Diretora executiva da Roda Trade
Artigos
Distritos de mídia: o pulsar vibrante das cidades e a transformação urbana inspirado pela Teoria da Janela Quebrada

*Fabi Soriano
Imagine uma cidade que pulsa, que respira modernidade e que convida as pessoas a viverem sua melhor versão. Assim são os distritos de mídia espalhados pelo mundo: Times Square, Piccadilly Circus, Shibuya Crossing, a Free Zone em Seul – verdadeiros ícones urbanos que não apenas refletem a essência da publicidade exterior, mas também revitalizam e redefinem o que é viver em um centro urbano moderno.
Esses espaços são mais do que aglomerações de painéis luminosos. São corações pulsantes das cidades, pontos de encontro entre criatividade, tecnologia e cultura. E, se você olhar com atenção, eles contam uma história poderosa sobre transformação.
Segundo a Teoria da Janela Quebrada, ambientes que demonstram cuidado e organização desencadeiam comportamentos positivos. Quando uma janela quebrada é consertada rapidamente, passe a mensagem daquele espaço importante – e, com isso, crie um ambiente onde as pessoas se sintam seguras, respeitadas e parte de algo maior.
Agora, pense nos distritos de mídia! Antes de Times Square se tornaria o epicentro da energia nova-iorquina, era um lugar degradado, com ruas que muitos evitavam. Com planejamento, criatividade e investimentos em OOH (out of home), ela se tornou um ícone global. Hoje, a Times Square recebe milhões de turistas por ano e gera uma economia bilionária para a cidade. Isso não é magia; é a força de como um ambiente visualmente impactante pode transformar um local.
A publicidade exterior, em seus formatos mais tecnológicos e criativos, é muito mais do que uma ferramenta para marcas. Ela é uma conversa do progresso das cidades. Cidades que valorizam o OOH entendem que ele é, ao mesmo tempo, um espelho e uma vitrine. Ele reflete a inovação, o dinamismo e a pulsação da vida urbana. E, ao mesmo tempo, é uma vitrine que conecta as pessoas com o que há de mais novo e relevante – desde grandes marcas até manifestações artísticas.
Piccadilly Circus, em Londres, é um exemplo claro disso. Os cruzamentos, com seus painéis que dialogam com o público em tempo real, é muito mais do que uma área de publicidade: é uma plataforma que projeta Londres como uma capital criativa, diversa e inovadora.
Já em Shibuya, Tóquio, a convergência de luzes, sons e movimento é uma celebração da vida urbana. É um lembrete de que a publicidade OOH não é invasiva – ela é a trilha sonora visual das cidades que não dormem, que sonham alto e que inspiram o mundo.
Agora, o Brasil entra no jogo com a criação dos distritos de mídia em Belo Horizonte, Curitiba e Niterói. Projetos ousados que prometem transformar quadras centrais em uma espécie de Times Square brasileira. Esses espaços serão muito mais do que centros de publicidade: serão palcos para o talento brasileiro, um ponto de convergência entre marcas, cultura e inovação.
A criação de um espaço vibrante e atraente como um distrito de mídia pode trazer benefícios que se espalham como ondas: mais turismo, mais movimento econômico, mais orgulho para os moradores e mais segurança natural pela ocupação positiva do espaço público. Esse movimento também já começa a ecoar em outras cidades: em Belo Horizonte, a revitalização da Praça Sete, símbolo do Hipercentro, avanço para transformar a região; o mesmo ocorre em Niterói (RJ), com a modernização da Avenida Ernani Amaral Peixoto, outro polo urbano com potencial para se tornar referência em comunicação e urbanismo inteligente.
Quando olhamos para os grandes distritos da mídia do mundo, percebemos que eles não são apenas alguns pedaços de cidade iluminados por LEDs. São símbolos de progresso, criatividade e do poder que as cidades têm de se reinventar.
Belo Horizonte, Curitiba e Niterói agora têm a oportunidade de dar esse salto. De criar um espaço que inspire, que atraia pessoas, que conecte marcas às histórias que queremos contar. Porque, no fim, distritos de mídia não são apenas sobre publicidade. São sobre imaginar o futuro e ter confiança de construí-lo.
E você, está pronto para enxergar nossas cidades brilhando com todo o seu potencial?
*Fabi Soriano – Diretora executiva da Central de Outdoor