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Débora Tenca

A emoção dos eventos da NFL chegou ao Brasil e a porta de entrada está no Rio de Janeiro

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Por Débora Tenca

Enquanto escrevo esta coluna, fecho os olhos e consigo imaginar a agitação dos organizadores, produtores, artistas e todos os profissionais envolvidos na realização do Super Bowl LVII que acontece no domingo, 12 de fevereiro.

Além da emoção do jogo, cada final de temporada também traz uma experiência única para quem está presente no estádio e assiste à partida. Nos estacionamentos e arredores, as “Talegate parties” são o que se pode chamar de eventos espontâneos onde os torcedores curtem pratos típicos como churrasco ou hamburguer, antes e depois das partidas. Dentro dos estádios são muitas as ativações de marca impactantes, sem falar no show do intervalo que dispensa comentários. Neste ano não deve ser diferente para quem estiver em Phoenix torcendo para Philadelphia Eagles ou Kansas City Chiefs.

A grande novidade está mesmo na estratégia de internacionalização da NFL. Com um planejamento de negócios que identificou a grande possibilidade de crescimento do futebol americano em diferentes partes do globo, a NFL já avançou para a Europa e América Central com jogos acontecendo em Londres, Munique e Cidade do México. Contando com a presença dos grandes times e suas estrelas jogando em outros países, eles extrapolam as fronteiras americanas para conquistar ainda mais fãs.

Aqui no Brasil, o esporte também ganhou terreno atingindo 35,4 milhões de fãs, de acordo com a onda de novembro de 2022 da Sponsorlink*. E o objetivo é crescer ainda mais no país. Isso se reflete na volta da competição à TV aberta e na produção do primeiro evento assinado pela liga de futebol americano no Brasil: NFL in Brasa, que acontece em São Paulo nos dias 11 e 12 de fevereiro.

“O evento irá além da transmissão da grande final da temporada 2022 com alta qualidade de som e imagem. Será uma oportunidade única de vivenciar o clima dos estádios e do esporte como se você estivesse lá.” declara Juliana Braga, diretora geral do projeto. O NFL in Brasa trará comidas típicas elaboradas por chefs, diversos shows de música americana e muitas interatividades ligadas ao esporte onde se poderá lançar a bola como um quarterback, chutar um field goal e dar tackles em adversários.

Todo este investimento no Brasil é maravilhoso para o nosso setor, claro! Mas para uma conselheira da AMPRO** que representa o mercado do Rio de Janeiro como eu, a boa notícia é que – nesse caso –  a porta de entrada é carioca. A Effect Sport é uma agência de marketing esportivo que nasceu no Rio em 2008 e atende a NFL no país há 7 anos, além de representar outras marcas importantes do mundo do esporte. “O futebol americano está deixando de ser uma coisa nichada e vindo para um universo mainstream. Temos expectativa muito boa para os próximos anos”, afirma Pedro Rego Monteiro, CEO da Effect Sport.

Então fica aqui minha torcida: tomara que os investimentos cresçam e continuem impulsionando agências, fornecedores e todo o segmento de live marketing carioca e nacional.

*pesquisa do Ibope Repucom que investiga hábitos e atitudes sobre patrocínios, consumo de meios e comportamento de compra entre fãs de esporte no país.

** Associação de Marketing Promocional que, há 30 anos, representa todos os segmentos de marketing promocional do país sempre com foco na expansão consistente do setor.

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Débora Tenca

Revenge, uma força propulsora de experiências

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Por Debora Tenca

Depois de um isolamento longo e forçado com a pandemia, a proximidade da morte e a vivência da perda de muitas pessoas queridas, cresce a busca por revenge experiences. Afinal, após este período convivendo com uma realidade brutal, uma onda de comportamento indulgente eleva a muitas potências a conhecida máxima do “eu mereço”. Isso resulta em experiências extravagantes e intensas em busca de algo mágico, surreal, bizarro ou de outro mundo, algo que possa despertar admiração ou até mesmo um pouco de medo.

Em tempos difíceis, as pessoas anseiam por uma sensação de encantamento, isso se comprova em um relatório de tendências da Wunderman Thompson Intelligence, onde dados mostram que: 61% das pessoas nos EUA e no Reino Unido concordam que “a vida parece menos emocionante do que costumava ser” e 73% dizem que “só querem sentir alguma coisa, se sentir vivos”.

Viagens, jantares, academias, ativações de marca e muitas outras experiências que estão em alta podem ser compreendidas como revenge experiences, veja o que acha dos exemplos abaixo:

– na academia de luxo, Les Cinq Gym, você se aproximar de cada aparelho para malhar e a pulseira eletrônica revela sua face, sua sequência personalizada de exercícios, seus avanços nas últimas semanas e os desafios a vencer. Quem trabalha na academia recebe você falando seu primeiro nome e sabendo previamente suas preferências, das frutas aos temas favoritos para conversar. Ao entrar no banheiro e olhar para cima, você vê pastilhas nas paredes que são de ouro 24 quilate e toma banho em duchas posicionadas e ambientadas para lhe oferecer “a sensação de se estar numa cachoeira”.

– por outro lado, o desejo de redescobrir o encantamento também pode levar as pessoas a explorar emoções mais sombrias. Isso se reflete, por exemplo, em uma onda de suspense distópico que está encantando os espectadores de The Last of Us da HBO e da co-produção alemã The Swarm. No extremo dessa tendência de experiências intensas, em suas férias você pode visitar a Ucrânia, tanto para conhecer Chernobyl como para visitar cidades atacadas pelos russos.

Bacchanalia, um restaurante inaugurado em Londres em dezembro de 2022, foi descrito como “uma terra de fantasia de escapismo operístico”, com mármore do chão ao teto, mesas espelhadas e taças de vinho de Murano, lá os garçons vestidos com togas servem aos clientes sob estátuas gigantescas de leões alados, unicórnios e deuses gregos.

– atrás deste mesmo restaurante, um novo clube privado somente para sócios foi inaugurado em abril deste ano. No Apollo’s Muse, a estética luxuosa do espaço é o que se pode chamar de uma aula magistral em design “mais é mais”. O clube também abriga uma coleção de valor inestimável de antiguidades greco-romanas dos séculos I e II d.C. rivalizando com alguns dos melhores museus e galerias de arte do mundo.

– a Visit Sweden está aproveitando o crescente interesse pelo sobrenatural em sua campanha Spellbound by Sweden apresentando Kiln – uma arrepiante áudio-história criada pelo renomado escritor de terror John Ajvide Lindqvist. A aterrorizante áudio-aventura foi projetada para ser ouvida e vivida durante os passeios dos turistas pela natureza sueca, dando vida às criaturas mitológicas tradicionais da floresta.

– assim como no multiverso, uma nova estética onírica canaliza o escapismo e o absurdo para transportar os clientes a reinos imaginários também no varejo. Nessa linha, uma espetacular colaboração entre a Louis Vuitton e a genial Yayoi Kusama inundou as lojas da marca em todo o mundo com réplicas físicas, virtuais e até robóticas da própria artista e suas famosas obras com bolinhas, tudo em dimensões exageradamente maiores do que o tamanho real.

O que une todas essas tendências é a ânsia de fascínio, encantamento e experiências intensas que, talvez, nos ajudem a transcender a nós mesmos. Claro que aqui existem oportunidades para as marcas reencantarem o mundo com produtos, ambientes, espaços e campanhas que tiram as pessoas de um mal-estar antigo e elevam o seu sentido de ser, desenvolvendo espaços que nos transportam para longe e nos levam a uma aventura.

Estamos vendo um aumento nas revenge experiences impulsionadas por uma sede pelo incomum, por autenticidade e, enquanto escrevo isso, penso o quanto o comportamento humano nos faz retornar a antigos padrões e repetir a história. Veja as semelhanças entre este cenário de busca estridente de liberdade e novas vivências com os loucos anos 20, pós-primeira guerra e pós-pandemia de gripe espanhola. Talvez este seja um paralelo que ilumine o caminho que está sendo trilhado para se vingar da tristeza dos últimos anos enquanto se dança, ri e experimenta tudo o que é inusitado, tanto o possível como também o que parece impossível.

Links para conhecer um pouco mais

Les Cinq Gym – https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2023/05/malhacao-em-clima-de-clube-mimos-e-ouro-no-banheiro-conheca-a-academia-de-luxo-que-custa-r-3-mil-por-mes.ghtml

Viagens para a Ucrânia

https://www.cvc.com.br/dicas-de-viagem/inspiracoes/historia-e-cultura/chernobyl-como-visitar/

https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2022/08/10/empresa-de-turismo-da-ucrania-vende-pacotes-para-visitar-locais-destruidos-durante-a-guerra.ghtml

Bacchanalia e Apollo’s Muse

https://bacchanalia.co.uk

https://www.countryandtownhouse.com/culture/apollos-muse-new-members-club/

Visit Sweden

https://visitsweden.com/spellbound-by-sweden/

Louis Vuitton & Yayoi Kusama

https://northsix.com/works/LouisVuittonxKusama

https://www.famouscampaigns.com/2023/01/louis-vuitton-goes-dotty-on-a-global-scale-with-yayoi-kusama/

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Débora Tenca

Influenciar ou não influenciar? Eis a questão

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Por Debora Tenca

Desde o final de fevereiro, o termo “desinfluenciadores” entrou na moda e no radar dos estudiosos de comunicação com o início das postagens sob a #deinfluencing no TikTok.

Alguns analistas não apostaram no crescimento da tendência já que, por mais de uma década, a mídia social carregou consigo a promessa implícita de que, com uma combinação de sorte e postagens incessantes, um usuário sem conexões, sem experiência e, às vezes, sem nenhuma habilidade perceptível pode se tornar rico e famoso sendo um influencer.

Mas o fato é que a hashtag que tinha menos de 250 milhões de visualizações apresenta hoje mais de 520 milhões. Uma das melhores explicações para esta tendência é que existe um movimento de busca da autenticidade que, aliás, não é novo e impulsiona o crescimento de redes como o próprio TikTok e o BeReal – por exemplo – ao contrário dos filtros, imagens maravilhosas e discurso perfeito que definem o Instagram. Até por isso, o Instagram é a plataforma em que os produtores de conteúdo mais fazem parcerias comerciais até o momento.

Mas os desinfluenciadores querem mesmo que você consuma menos?

Esta turma busca chamar a atenção nas redes “mandando a real” ou apenas apontando a sua própria visão “do contra” sobre algum ponto. Existem diferentes abordagens entre os desinfluenciadores mas como discurso-base a maior parte do grupo segue o princípio do “não endosso” aplicando-o de diferentes maneiras:

– avaliando produtos e sugerindo alternativas mais baratas ou melhores;

– dando conselhos de como encontrar a felicidade genuína, longe de uma realidade fabricada;

– ou condenando completamente o consumismo.

A questão é: tudo isso é realmente autêntico? Podemos acreditar que quando um desinfluenciador está criticando um novo produto e indicando um concorrente mais barato, ele não está simplesmente buscando uma nova forma de venda? Será que aqueles que falam contra o consumismo exagerado não estão deixando a porta aberta para oferecer a você, amanhã, uma consultoria financeira?

Pode ser que sim, ou não. Afinal, do outro lado pode haver alguém que realmente está sendo genuíno e compartilhando sua opinião de maneira sincera como apontam diversas discussões na internet onde ex-influenciadores lamentam suas vidas como profissionais de marketing de marca e procuram uma ocupação para suas personas I.R.L.

Análises, matérias e também vlog e postagens*, apontam que o sonho de ser influencer vem com muitos custos. A mídia social deixou todo o seu público mais ansioso e também anda levando os criadores de conteúdo ao limite e burnout.

Mas o que isso significa para as marcas?

Os consumidores estão procurando desesperadamente por autenticidade e senso de comunidade. Então, o caminho é entregar isso a eles. Reavaliando os relacionamentos das marcas com seus clientes, esquecendo um pouco a receita atual do influenciador (“eu amo isso e você precisa deste produto!”) e buscando emoção genuína através de criadores e conteúdos mais focados. Esta pode ser a hora certa para retirar essa narrativa de vendas desgastada e impulsionar a paixão e a criação de uma comunidade inspiradora nas redes sociais.

* Você pode saber mais acessando:

hBps://www.nyFmes.com/2021/06/08/style/creator-burnout-social-media.html hBps://www.vox.com/the-goods/23064266/dan-howell-michelle-phan-youtuber-brain

 

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