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Pesquisa de mercado em 2023 – o que devemos esperar?

*Frédéric-Charles Petit
2022 foi mais um ano turbulento para as empresas no mundo todo. Apesar de termos superado emocionalmente a COVID-19, os efeitos em cascata da pandemia continuam a impactar severamente os negócios. Entre interrupções na cadeia de suprimentos, inflação vertiginosa, instabilidade política e a guerra na Europa, este é realmente um momento como nenhum outro em nossa história recente.
Confrontadas com estas disrupções consecutivas, as marcas foram forçadas a se adaptar às circunstâncias ajustando sua oferta para se alinhar com as preferências dos consumidores. E é somente compreendendo a evolução do sentimento do consumidor e do mercado por meio de pesquisas – de forma ágil,escalável e com base na tecnologia – que as empresas podem se manter a par dessa evolução constante.
Este ano, a tecnologia continuou a impulsionar a indústria de pesquisa de mercado, pois a automação acelerou a inovação no setor.
A era da curadoria
Em 2023, veremos a pesquisa totalmente imersa nos processos de negócios, para que os profissionais de marketing e pesquisadores de uma organização possam gerar insights precisos e em tempo real de maneira fácil e rápida. Para permitir isso, o principal objetivo será criar uma plataforma especificamente projetada para pesquisa. Para criar essa próxima onda de transformação no setor de pesquisa de mercado, será necessária a combinação estratégica de tecnologia, segmentação de público,uso adequado de dados e a inteligência dos especialistas em pesquisa. Só então poderemos incorporar adequadamente a pesquisa nos negócios para gerar insights relevantes e ágeis em escala.
A propriedade dos dados é primordial
Alguns alegamque a era dos dados da pesquisa acabou. No meu ver, ainda não. As opiniões nunca foram tão importantes quanto agora, especialmente em um momento em que a quantidade de dados revelando as atitudes das populações é maior do que nunca. Mas entender o “porquê” é fundamental e perguntar é a única maneira de saber. As marcas confiarão cada vez mais em pesquisas para informar suas decisões sobre os produtos e serviços que oferecem. Os insights também irão aconselhá-los sobre como comercializar seus produtos e se comunicar com o público adequadamente – pelo meio certo na hora certa.
Em 2023, a propriedade dos dados se tornará primordial. E não apenas por questões regulatórias, mas pelo poder das opiniões. Com as gigantes de tecnologia restringindo o acesso aos dados ano após ano, veremos os dados primários se tornarem cada vez mais importantes para a tomada de decisões. É aqui que a capacidade de fazer perguntas e obter respostas está se tornando crítica novamente. Nunca deixou de ser o caso, mas estava na moda dizer que sim. Ao combinar dados primários com percepções do consumidor, as marcas podem entender as intenções, comportamentos e atitudes do consumidor sem precisar depender apenas de dados de terceiros. E quando você combina os dois, você tem uma imagem muito melhor do consumidor. E embora a automação seja vital, ela não pode ser bem-sucedida sem ter como base uma fonte de dados fidedigna. A poderosa combinação estratégica de tecnologia e acesso a dados – com curadoria de especialistas em insights – prosperará ainda mais em 2023.
Pesquisas acessíveis e ágeis impulsionam o crescimento dos negócios
Para tornar a pesquisa totalmente acessível a todos dentro de uma organização, ela deve ser fácil de interpretar e entender. Graças às inovações contínuas em tecnologia de pesquisa, as organizações não apenas conseguem coletar mais dados, mas também podem analisá-los mais facilmente e usar esses insights para informar decisões estratégicas de negócios. Devido a esses avanços contínuos, as marcas poderão integrar totalmente a pesquisa em suas atividades diárias de marketing.
Por meio de pesquisas ágeis e sob demanda que fornecem dados facilmente digeríveis, as organizações podem entender melhor as mudanças de opinião de seus consumidores, agora e no futuro. Ao fazer isso, elas poderão estabelecer relacionamentos mais fortes com os clientes e ajustar suas ofertas de produtos ou serviços para melhor atender às necessidades de seus clientes e reforçar a saúde de sua marca.
É claro que operamos em um mundo onde os planos estratégicos de cinco anos são menos relevantes. As organizações não podem planejar da mesma forma para o longo prazo quando a instabilidade se torna a norma; elas só podem se preparar para responder a um ambiente em rápida mudança. Avanços rápidos na tecnologia de insights do consumidor apresentam uma grande oportunidade para as empresas durante um período tão desafiador por meio do fornecimento de entendimento preciso do mercado – de forma rápida e em escala. Embora o novo ano traga sem dúvida mudanças imprevisíveis, o que sabemos com certeza é o poder que a pesquisa oferece às marcas como ferramenta estratégica de crescimento por meio da entrega de insights de alto valor em tempo real. E que, mais do que nunca, o poder de entender a opinião das pessoas pode ajudar a moldar o futuro.
*Frédéric-Charles Petit – Fundador e CEO da Toluna
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O poder da comunicação visual no live marketing: como causar impacto e curiosidade no consumidor?

Cores, gráficos, texto, imagem, som, formatos e tamanhos. Tudo comunica algo! A comunicação visual é um ponto de diálogo com o cliente e tem como principal objetivo atrair e engajar as pessoas. Por isso, uma estratégia de comunicação visual assertiva e criativa – desenvolvida de acordo com os objetivos e a identidade da marca – garante o sucesso de muitas ativações de live marketing, fazendo os olhos dos público brilharem.
Quando a comunicação visual de uma ativação de live marketing é boa, ela desperta a curiosidade do público, reforça os valores da marca e fortalece a relação e a imagem da empresa junto ao consumidor.
Assim, nada na comunicação visual das ativações de marcas é por acaso; a Natura, por exemplo, sempre surpreende as pessoas com ações criativas e envolventes. Na festa de São João de Maracanaú-CE deste ano, o público se deparou com uma verdadeira casa da marca: um estande 360º de 10m².
A Casa Natura era colorida, com luzes e uma arquitetura única. Promovendo experiência, vivência, encantamento, engajamento e bons resultados, a ativação foi uma oportunidade excelente para aproximar a marca de seu público e lançar os novos produtos num cenário de entretenimento e diversão.
Mais recentemente, as marcas McCain e Forno de Minas, ambas do grupo canadense McCain Foods, participaram da feira de negócios varejistas Superminas, em Belo Horizonte – MG. Com um estande único e estratégico, dando destaque para as duas marcas de forma independente, o espaço contou com cozinha e balcão de serviços de alimentos e bebidas em sua área central. Com uma comunicação visual bem definida e atrativa, a presença da empresa na Superminas foi um sucesso, engajando o público varejista tanto para McCain quanto para a Forno de Minas.
Uma boa comunicação visual no local certo!
Ambas as marcas citadas exploraram grandes eventos e não foi por acaso. Ao estarem presentes em momentos importantes, as marcas fortalecem os laços com seu público. E, uma vez que aquilo que o consumidor vivenciou é positivo, ele irá compartilhar com os amigos e familiares.
Ou seja, uma boa comunicação visual em ações de live marketing tem um alto poder de engajamento tanto no momento de decisão de compra, quanto nas redes sociais.
Uma comunicação visual mediana não cumpre o seu papel e precisará ser retrabalhada, já que não comunica e não atinge o público-alvo. Mas, quando bem elaborada, o futuro é promissor. Como dizia Steve Jobs “design não é apenas o que parece e o que sente, design é como funciona”.
Maíra Holtz – Sócia-diretora e fundadora da agência Estalo
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5 ensinamentos de gamers para profissionais de marketing

Pensar em produção de conteúdo e ignorar o universo dos jogos é impensável no ramo do marketing. Primeiramente, esse é o segmento mais popular de plataformas do porte de YouTube e Twitch. Além disso, os streamers e jogos têm penetração também razoável nas comunicações por Instagram, TikTok, X…
Mas, muito mais do que a pesquisa de tendências temáticas, gamers têm ensinamentos úteis para apresentar a profissionais de marketing.
Personalidade como persuasão
Confiança é fundamental para persuasão – na vida em geral e na venda de produtos. Uma marca de VPN de jogos venderá facilmente seu serviço para proteger jogadores assim que se fizer entender como fundamental para a segurança e confiável. Porém, nem todos anúncios conseguem ter o mesmo apelo e urgência. Pior ainda, a maioria sequer consegue atrair a atenção dos consumidores.
Uma peculiaridade do mundo dos jogos é a fronteira que se borra entre anúncios e entretenimento. Frequentemente, a melhor maneira de apelar à atenção de jogadores é por meio da personalidade individual de outro jogador numa rede social.
Útil para o marketing de influenciadores e afiliados, encontrar personalidades fortes e “calibradas” com o consumidor fará consumidores esquecerem que alguém tenta vender algo a eles. Em vez disso, o foco ficará na utilidade, na descontração e na identificação com a mensagem ou interação.
O poder monumental de vídeos concisos
As plataformas digitais de vídeos são os atuais canais de preferência do público e a distribuição de conteúdo nelas é cada vez mais imediata e breve. O paradoxo aparente do mundo dos jogos é a coexistência de bem-sucedidos vídeos com horas de duração de gameplay com fragmentos de poucos segundos de TikTok e Instagram.
De fato, os streamers de jogos vêm aperfeiçoando, com pioneirismo, a maneira de explorar os vídeos curtos como uma maneira de veicular os destaques de longas sessões gravadas. A capacidade de entender os atributos fundamentais para cada canal (com ênfase breve ou longa) e saber entregar somente o essencial para cativar uma audiência é uma fonte de aprendizados indubitável.
Inspiração para storytelling original
As possibilidades interativas abrangentes de videogames já foram longamente discutidas por artistas e acadêmicos. A discussão sobre jogos como forma de arte é uma que ensaia sumir de vista, mas por vezes retorna à atenção pública.
Qualquer que seja o juízo sobre essa questão, a imersividade das plataformas e as muitas formas de se situar numa narrativa nelas deveriam ser fonte de inspiração para profissionais de marketing. Os ambientes virtuais são cada vez mais presentes e complexos para além do universos dos jogos, sercindo à comunicação diária e à fruição de experiências. Como resultado, abrem-se portas para campanhas mais complexas e interessantes do ponto de vista da elaboração de narrativas.
Comunidade poderosa de consumidores
A capacidade de mobilização de certas comunidades de jogadores certamente não tem precedentes no mundo. De milhares a milhões de pessoas se comunicando e fazendo exigências em tempo real com uma intensidade de dar inveja, por exemplo, a muitos regimes com democracia participativa.
Marcas dispõem do gerente de comunidades, que ajuda a captar as necessidades e interesses de consumidores, representando-os de certa forma… Porém, raramente com a capacidade gerar um feedback tão poderoso, ágil e definitivo quanto o das comunidades jogadoras. Foi por causa dessa potência que grandes empresas conseguiram transformar o cerne de seu negócio de “jogo como produto” a “jogo como serviço”.
É claro que não existe uma fórmula para alcançar essa capacidade de sintonia e articulação. Mas é invejável e há muito a aprender na maneira como grandes franquias de jogos são capazes de adequar o desenho de personagens, NFTs, itens de jogo, loot boxes e outros elementos de seus principais títulos às demandas coletivas de consumidores.
Meio de conexão abrangente
Já foi comentado neste artigo sobre o entrelaçamento de persuasão publicitária e entretenimento. Certos conteúdos propiciam vendas de maneira não apenas natural e útil, mas também divertida.
Essa capacidade de entreter e envolver comunidades de consumidores conectam a marca a quem as consome. É uma comunicação da proposta de valor que dá certo.
Jogos frequentemente têm a capacidade diferencial de gerar não apenas a conexão entre marca e consumidor, mas de facilitar uma comunicação entre consumidor e outro consumidor. A representação virtual e as possibilidades de mundos de fantasia abrem portas para uma conectividade universal difícil de emular naturalmente na publicidade – ou em qualquer área do mundo real, francamente.