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Naty Sanches

Falem bem ou falem mal, mas comprem de mim!

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Por Naty Sanches

No início do ano tem sempre um assunto que bomba no Brasil. Ou melhor. Um não, mas vários assuntos que acontecem dentro de uma certa casa mais vigiada do Brasil, que reúne pessoas que não se conhecem em um game de convivência. E é exatamente sobre um deles que eu vou falar aqui hoje: a controvérsia de uma ativação de marca promovida pelo Mercado Livre.

A marca desbancou a gigante do varejo Magalu e assinou contrato com o reality show no ano passado, às vésperas do início da 23a edição, quando a até então patrocinadora Americanas abandonou seu posto três dias antes da estreia, após o rombo de R$20 bilhões vir à tona. Desde então, está presente em provas e atividades rotineiras do programa, como festas e ativações pontuais – espaços esses concorridos, visto que em 2024 a TV Globo vendeu todas as 19 cotas comerciais (o maior número já registrado) dois meses antes do primeiro episódio. 

O que os patrocinadores buscam com esta estratégia é integrar-se organicamente ao entretenimento pela manifestação cultural, para se conectar de forma autêntica e envolvente com o público alvo e criar uma experiência única para os telespectadores. 

Foi neste contexto que vimos acontecer, em 11 de janeiro, a segunda prova do líder do Big Brother Brasil, patrocinada pelo Mercado Livre. E, antes de me aprofundar nisso, trarei um dado para que você possa me responder a seguinte pergunta: Será que este é um bom negócio?

Um relatório da STILINGUE by Blip mostrou que no período entre 11 e 17 de janeiro o Mercado Livre liderou as menções entre as marcas patrocinadoras do programa nas redes sociais. Por si só, possivelmente seu retorno para o meu questionamento seria positivo.

Agora, vamos aos detalhes. O Mercado Livre aproveitou a vitrine para promover a modalidade de entrega Express oferecida para as entregas das compras realizadas na sua plataforma de vendas on-line. Acontece que a mensagem principal a ser transmitida e a dinâmica da prova tinham pouco (pra não dizer nenhuma) sinergia. A ideia de rapidez e agilidade passou longe da execução que exigia que os brothers pilotassem um carrinho que se movia com extrema lentidão.

É claro que a Internet não perdoa e a situação rendeu uma chuva de memes nas redes sociais. Um dos mais célebres dizia “tá explicado porque a entrega demora, é a manivela.” E até mesmo no Reclame Aqui é possível encontrar menção ao paralelo em reclamações com títulos como “O mercado livre poza (sic) de bom entregador no bbb só que não.”

Porém, o grande case de “anti” awareness não para por aí. Durante a realização da prova, a marca disponibilizou um cupom de desconto válido por 24 horas. E qual não foi a surpresa dos consumidores que tentaram utilizá-lo na manhã seguinte ao BBB, quando se depararam com a mensagem de que ele estava esgotado.

Vou te reapresentar os dados e repetir uma pergunta. Um relatório da STILINGUE by Blip mostrou que no período entre 11 e 17 de janeiro o Mercado Livre liderou as menções entre as marcas patrocinadoras do programa nas redes sociais. Será que o impacto da prova foi positivo ou negativo?

Apesar do desencontro da prova e do que a marca gostaria de transmitir, é possível que internamente a empresa a tenha considerado um sucesso. Quer saber por qual motivo? A ação registrou aumento de 99% no GMV (vendas brutas) às 23h, durante a execução do jogo, bateu recorde de leituras (scans) do QR Code, além de registrar um crescimento de 36% no uso de cupons em comparação com a média do último ano. 

É o melhor exemplo que podemos ter para parafrasear o famoso ditado popular: falem bem ou falem mal, mas comprem de mim! Porém, o que não podemos garantir com a análise sem acesso aos números é o quanto isso trouxe de novos clientes e de fidelização, efeitos que são gerados por eventos e ativações, que quando bem executados se tornam oportunidades valiosas para as marcas se destacarem em meio à saturação de mensagens de marketing. 

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Naty Sanches

Compartilhando experiências

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por Naty Sanches

Em tempos em que a comunicação evolui de forma veloz e as mensagens precisam ser transmitidas com precisão e estratégia, o trabalho da assessoria de imprensa se torna mais relevante do que nunca. Recentemente, tive a oportunidade de compartilhar um pouco dessa experiência com uma turma de Relações Públicas no Centro Universitário Belas Artes, e a conversa foi muito além das técnicas tradicionais. Foi um momento para refletir sobre o que move essa profissão e como podemos impactar as próximas gerações de comunicadores.

Cheguei um pouco depois do início da aula, acompanhada de duas analistas da equipe. Comecei contando o que considero ainda mais essencial do que qualquer técnica: o amor pelo que fazemos. Em um campo como o nosso, é preciso mais do que habilidades – é necessário paixão e felicidade na escolha da carreira.

Após essa introdução mais pessoal, me apresentei e compartilhei um pouco da minha trajetória. Momentos como esse são importantes, não apenas para quem ouve, mas também para quem fala. Contar sua história te faz revisitar conquistas, desafios e aprendizados. Além disso, é uma grande satisfação perceber que jovens estão interessados em ouvir e se inspirar. Saber que sua experiência pode contribuir para o caminho profissional de alguém é uma das maiores recompensas dessa troca.

Durante a conversa, compartilhei cases e histórias reais do dia a dia da assessoria de imprensa, e abrimos o espaço para perguntas. Uma das questões que surgiu foi sobre o relacionamento interno da equipe: “Vocês se ajudam? Conhecem todos os clientes que atendem?” Esse tipo de pergunta revela o interesse em entender também sobre a cultura organizacional. Deixei as analistas responderem, e elas destacaram um ponto essencial: nossa equipe trabalha de forma colaborativa.

Não apenas sabemos quem são todos os clientes, mas também compartilhamos ideias, sugestões e soluções. A troca constante faz parte do nosso DNA. Isso, sem dúvida, é um dos diferenciais da nossa atuação. Elas também tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências. Ouvir como cada uma lida com as atividades e celebram as próprias conquistas em suas respectivas funções, o que adicionou uma dimensão prática à nossa conversa.

Certamente, no trabalho de assessoria de imprensa, assim como em qualquer outra área, os resultados são fundamentais. Trabalhamos com construção de imagem e precisamos apresentar números consistentes mês a mês. No entanto, defendo que mais do que números, o verdadeiro valor está em um resultado construído com estratégia, em que cada palavra e cada ação foram cuidadosamente planejadas para alcançar o efeito desejado. Isso é o que realmente faz a diferença.

Durante o papo, discutimos também o papel do assessor de imprensa e as estratégias que utilizamos no dia a dia. Um dos meus mantras na agência é que manter um bom relacionamento com jornalistas é essencial, assim como personalizar as pautas e conhecer profundamente o trabalho das editorias para as quais sugerimos nossos materiais. Não adianta enviar releases genéricos, é preciso construir algo que ressoe com o veículo e seu público.

Além dessa experiência na Belas Artes, quero destacar também outro momento, que para quem trabalha com assessoria de imprensa foi importante. Recentemente, a equipe participou do Summit Press Officer, um evento voltado para o dia a dia de quem trabalha na área. Entre os tópicos discutidos no evento, destacaram-se a construção de relações de confiança e credibilidade com jornalistas e a importância de criar pautas diferenciadas, que tenham dados, relevância. Dicas para elaboração dos conteúdos, que realmente capturem a atenção da mídia e agreguem valor tanto para os veículos quanto para os clientes.

Além das lições aprendidas no evento e em sala de aula, enxergo nosso trabalho como uma jornada contínua de aprendizado. Não há fórmulas mágicas para o sucesso. O verdadeiro diferencial está em quem se dedica a aprender constantemente, em quem se mantém atento às mudanças e às novas tendências do mercado.

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Naty Sanches

O case de marketing do mês: Patties Hamburgueria, pode copiar, só não faz igual!

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*por Naty Sanches

Ao acompanhar a hamburgueria Patties no Instagram é impossível não reconhecer o impacto que a marca tem no cenário de marketing e comunicação. Henrique Azeredo, o fundador, criou uma identidade tão distinta e cativante que conquistou uma legião de fãs tanto no ambiente digital quanto em suas lojas físicas.

Recentemente, uma marca venezuelana, aparentemente sem muita originalidade, decidiu “se inspirar” em todos os aspectos do Patties – desde os elementos visuais, como logo e uniforme dos funcionários nas lojas, até a comunicação e (pasme) a história de vida do fundador. Com a ousadia de lançar a “Mr. Patty” em Caracas, a situação parecia um clássico caso de imitação mal elaborada. 

Diante dessa provocação, Henrique, que gerencia pessoalmente as estratégias e conteúdos da hamburgueria, decidiu adotar uma abordagem criativa e bem-humorada. Seu post no Instagram começou com a provocativa pergunta: “Até onde vai o caráter de alguém?”. A resposta da Patties? “Constranger o inimigo com a Zueira”.

A ideia era simples e, ao mesmo tempo, genial: criar uma campanha onde os seguidores poderiam comentar no post da Patties com algo criativo e engraçado sobre a situação, marcando o perfil @realmrpatty. A frase com mais curtidas ganharia 100 burguers de graça. O objetivo não era atacar ou cancelar, mas sim promover um ambiente de leveza e humor, mantendo a competitividade saudável e a diversão.

O post, publicado em 21 de agosto, rapidamente se tornou um sucesso. Até o fechamento deste texto, recebeu mais de 24 mil curtidas e 3 mil comentários. O sucesso não está apenas nos números, mas na forma como a marca interage com seu público e reafirma sua posição de maneira autêntica e divertida.

Esse exemplo ilustra perfeitamente como a interação com o público e o engajamento com os comentários podem ser ferramentas poderosas. Em vez de simplesmente reclamar ou ignorar a imitação, a Patties transformou a situação em uma oportunidade para reforçar sua identidade e conectar-se ainda mais com seus fãs.

A imitação é uma realidade constante, a resposta da Patties é um lembrete de que a autenticidade e a criatividade são os maiores aliados de uma marca. Ao abraçar o humor e a interação genuína, eles não só protegem sua imagem, mas também fortalecem seu vínculo com o público, mostrando que, no final das contas, a melhor forma de responder à imitação é com uma boa dose de zueira. Porque para os brasileiros ‘’The zoeira never ends’’.

A Patties é um exemplo claro de excelência em marketing, sempre encontrando maneiras de se destacar. Outra ação mais notável foi quando a marca decidiu enviar 9 quilos de sal para o espaço. Isso mesmo que você leu. Esse sal especial foi usado para temperar um combo, que incluía um hambúrguer e batatas fritas, batizado de “Combo NASA”. Além da ousadia da ação, a campanha foi um sucesso, e contando claro, com mais um sorteio. Criando buzz e engajando seu público de maneira criativa e inesquecível.

E para finalizar com mais um exemplo no universo da alimentação, trago aqui o caso do Burger King Brasil, que lançou o sanduíche King Costela com a campanha “Obrigada Procon”. Em resposta a uma notificação do Procon-SP por propaganda enganosa relacionada ao Whopper Costela, o Burger King usou a situação para promover o novo sanduíche, agradecendo ao Procon por sua vigilância e destacando o compromisso com a transparência. A Patties inclusive já fez parceria com o Burger King.

Lições de marketing

O que podemos aprender com a estratégia da Patties? Primeiramente, a importância de manter uma conexão com os consumidores. A capacidade de transformar uma situação negativa em uma oportunidade, é uma verdadeira aula de marketing. 

Além disso, o uso inteligente de memes e o apelo à criatividade dos seguidores. Em um cenário onde a criatividade e a autenticidade são essenciais, essas empresas demonstram que o segredo para se destacar está em fazer com que cada campanha seja uma extensão genuína da marca, sempre conectada às emoções e interesses de seus consumidores.

E você, está preparado para transformar um desafio inesperado em uma oportunidade de engajamento e crescimento para sua marca? 

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