Conecte-se com a LIVE MARKETING

Artigos

A genialidade sem doutorado

Publicado

em

*Rafael Mattos

Esqueçam os grandes gênios. Não estamos em busca de um novo Santos Dumont, um projeto de Albert Einstein “Júnior” ou Nikola Tesla “Neto”. Por aqui são as ideias medianas que serão capazes de mudar as coisas.
Ainda que tenhamos Elon Musk com seu cérebro nada mediano, a origem de seu negócio atual não possui nada de tão novo assim. O carro elétrico já existe desde o século 19 e vale ressaltar que tivemos em 1974 o primeiro modelo elétrico da América Latina que foi nada menos que um ousado brasileiro e seu Gurgel Itaipu E400. Já a Space X, ainda que um grande passo para a humanidade que não sabe onde gastar seu dinheiro, tem seu grande valor. Porém se conseguirmos nos abster do êxtase de povoar marte, conseguiremos entender que lançar foguetes e satélites acontece há muito tempo – mérito do Elon configurar uma ré na caixa de câmbio das naves.
Aqui, sob a ótica dos modelos desses dois negócios conseguimos pontuar duas propriedades da inovação corporativa: (1) É completamente diferente de invenção, ou seja, precisa virar um produto em um curto espaço de tempo. Como por exemplo a Space X e suas viagens com civis, que ainda não se tornou um produto e vive no campo da ideia não validada. Vale ressaltar que lançamentos tripulados têm sido feitos, grandes projetos e manobras de marketing aconteceram, mas para se tornar um produto é preciso ser minimamente acessível a quem tem o recurso disponível; (2) Uma ideia mediana colocada em prática tem valor absoluto sobre uma ideia fantástica que não é capaz de ser posta em prática.
Toda essa observação faz com que seja possível concluir que inovação vem de ideias, na maioria das vezes medianas, que por sua vez são criadas por pessoas medianas, mas que foram capazes de colocá-las em prática. E exatamente isso que determina que uma inovação só pode ser chamada como tal, quando for capaz de sair do papel. Até que isso aconteça, será considerada apenas como uma possível boa ideia.
Como já destaquei em um artigo anterior, no qual desconstruí a relação de inovação com tecnologia ou soluções altamente complexas, é que ratifico tal conceito. Grandes ideias inovadoras não necessariamente se tornam grandes produtos ou serviços. Podemos entender inovação como a alta capacidade de solucionar problemas do cotidiano, de apresentar soluções improváveis, mas surpreendentemente eficazes.
Dentro dessa produção em série de “eurekas” é que vale destacar o mercado cenográfico, onde atuam profissionais que estão longe de serem doutores, engenheiros ou programadores de códigos complexos, mas que vivem intensamente a pressão de, a qualquer momento, ter que solucionar algum imprevisto – e eles vão aparecer, querendo ou não.
Definitivamente, de uma montagem não sairá um novo produto que vai revolucionar o mercado ou que será de fato disruptivo a ponto de modificar a maneira como vivemos. Mas é em uma montagem que o cérebro de produtores, marceneiros, serralheiros, tapeceiros e uma infinidade de outros “eiros” serão colocados à prova e, mesmo que tenham tido as ideias mais mirabolantes e definitivamente inovadoras do mundo, continuarão à sombra dos criativos que criaram tudo aquilo, sem saber se tudo aquilo pararia em pé.
Que Albert Einstein me perdoe, mas é em uma noite de montagem que frações de segundos são decisivas e consagram nossos “eiros” em verdadeiros gênios invisíveis. Por isso, ao aplaudir um espetáculo, curtir um grande show ou ver uma árvore de Natal, lembre-se que para aquilo estar ali, em pé, alguém precisou se transformar em um prodígio de uma hora para outra, mesmo sem um doutorado para chamar de seu.

*Rafael Mattos – Sócio e head de marketing da MChecon

Continue lendo

Artigos

Como as marcas devem se preparar para a Black Friday?

Publicado

em

*Monique Areze

Segundo uma pesquisa da Wake, em parceria com a Opinion Box, 32,5% dos brasileiros iniciam o monitoramento de preços já no final de julho com foco em aproveitar as melhores ofertas durante a Black Friday. Se a antecipação é um ponto importante para o público, a retórica também se faz necessária para as empresas.

 

Diante de um cenário cada vez mais competitivo, as marcas que desejam ter êxito na campanha de Black Friday, marcada para o dia 29 de novembro neste ano, precisam fazer um planejamento detalhado e se atentar aos mínimos detalhes.

Entre os maiores obstáculos enfrentados estão questões como logística, gestão eficiente dos estoques e o treinamento das equipes perante o volume elevado de atendimento e solicitações. Isso porque a Black Friday é uma data em que o atendimento ao cliente tem um papel crucial na jornada de compra. Um trabalho voltado a esses três elementos em conjunto tende a ser o grande diferencial para que as marcas consigam manter uma experiência fluida e positiva junto aos consumidores, desde o primeiro contato até o pós-venda.

Nesse caso, estamos falando de três pilares operacionais: planejamento estratégico, atendimento ao cliente e capacidade de execução.

Por isso, a organização para a data precisa abranger toda a logística, metas e ações de marketing do negócio, com definição clara das estratégias para que os objetivos sejam atingidos. Já o atendimento eficaz e rápido traz um diferencial desejado pelo público em um contexto onde ele busca respostas e soluções ágeis. A competência funcional, por sua vez, envolve garantir estoques adequados, uma logística de entrega eficiente e o uso de tecnologias para suportar um grande volume de transações.

Além das questões operacionais, a criação de campanhas de marketing voltadas à Black Friday, por meio de uma comunicação clara e objetiva ao público-alvo, é outro elemento fundamental. Impulsionada pelo uso de soluções de automação e personalização, as ações representam um diferencial significativo, já que permitem uma melhor segmentação do público, um fator que possibilita o envio de ofertas mais atraentes e direcionadas.

Aliás, o uso de automação não deve ser limitado ao marketing. A criação de um FAQ destinado a elucidar questões comuns para a Black Friday, como prazos de entrega, políticas de troca e devolução, formas de pagamento, além de canais automatizados para atendimento, ajuda a aliviar a sobrecarga nas equipes e, ao mesmo tempo, acelera os esclarecimentos aos consumidores. Sem contar que o recurso melhora a experiência do cliente e permite que os times priorizem somente os casos que exigem, de fato, uma solução humana.

A verdade é que as empresas que investem em um detalhado planejamento, utilizam a tecnologia de forma inteligente e proporcionam uma experiência de compra fluida saem na frente na briga pela conquista da confiança do consumidor. Num cenário competitivo, superar o óbvio e surpreender o cliente é o verdadeiro diferencial. Até porque, no final das contas, o que se constrói na Black Friday é o valor da marca e a fidelidade. Isso certamente é mais importante do que o faturamento momentâneo.

*Monique Areze – COO do Grupo Duo&Co

Continue lendo

Artigos

A Influência dos eventos esportivos na liderança executiva: a paixão pelo esporte como motor de impacto

Publicado

em

*Denis Tassitano

O esporte sempre exerceu uma influência significativa na sociedade, ultrapassando barreiras culturais, linguísticas e econômicas. Além de sua capacidade de entreter, tem o poder de moldar lideranças, inspirar valores e promover a inovação.

Quando penso na prática esportiva, especialmente em contextos competitivos, vejo como ela ensina lições valiosas que vão além das quadras e campos. Disciplina, resiliência, trabalho em equipe e tomada de decisões rápidas são apenas algumas das habilidades que podemos levar para o mundo dos negócios. Embora esporte e mundo corporativo possam parecer mundos distintos, há uma conexão poderosa entre o desempenho em um e a liderança no outro.

Um estudo da Harvard Business Review revelou que líderes que praticam exercícios regularmente têm maior capacidade de liderança, especialmente em situações de pressão. Eles desenvolvem uma maior resiliência, tomando decisões difíceis com mais confiança e menos estresse. A pesquisa ressalta que a prática esportiva não só promove a saúde física e mental, mas também impacta diretamente o desempenho profissional, evidenciando como o engajamento pode fortalecer a eficiência na liderança.

No entanto, não é apenas a parte técnica que faz a diferença. A influência do meu pai me transmitiu soft skills essenciais. Aprendi a importância de lutar até o fim, a criatividade para arriscar sem medo de errar e a dedicação de trabalhar duro pelo bem do time, sempre mantendo lealdade, ética e um bom humor que ajuda a manter o ambiente leve, mas competitivo.

Um dos meus livros de cabeceira sobre liderança é “11 Rings: The Soul of Success” do ex-técnico Phil Jackson, multicampeão pelo Lakers e Chicago Bulls. Também sou fã dos ensinamentos de Jürgen Klopp, que liderou equipes como Liverpool e Borussia Dortmund. Esses exemplos ilustram como princípios de competição se aplicam à liderança. Tanto no ambiente competitivo quanto na vida, lidar com pessoas e diversidade é fundamental, e poucos contextos são tão heterogêneos quanto uma equipe de basquete ou futebol. Essas experiências ensinam a valorizar as diferenças e a trabalhar em conjunto para alcançar objetivos comuns.

Cada vez mais, é evidente que a melhor maneira de conectar pessoas é por meio de experiências compartilhadas. O esporte tem esse poder de oferecer vivências únicas, combinando o lúdico, a paixão e a diversão com uma série de outras emoções que nos unem como seres humanos, especialmente em culturas como a latino-americana, movidas por sentimentos intensos.

Hoje, as competições esportivas ultrapassam o simples caráter competitivo e se transformam em polos de entretenimento, onde o networking floresce em um ambiente de diversão e exclusividade. Esses eventos criam laços que vão além do escritório, oferecendo acesso a experiências premium e exclusivas.

Uma das maiores lições que aprendi nesse universo é a importância do equilíbrio. Muitos atletas de alta performance enfrentam dificuldades para encontrar estabilidade após suas carreiras, o que destaca a necessidade de buscar atividades externas que promovam saúde e bem-estar, também no ambiente empresarial. Reconhecer a importância de equilibrar a vida profissional com práticas que nutrem o corpo e a mente é fundamental para um desempenho sustentável e uma vida plena.

Faço um chamado a outros líderes que ainda não exploraram a influência das atividades esportivas em sua liderança e networking: mergulhem nessa paixão. Elas não só fortalecem habilidades de liderança, mas também oferecem um caminho para conexões genuínas e duradouras. Reflitam sobre como os valores esportivos podem inspirar uma liderança mais eficaz e transformadora. Essa paixão pode ser o motor que impulsiona sua carreira e a transforma em algo verdadeiramente impactante.

Denis Tassitano – Cofundador da Best In Black e vice-presidente da SAP Concur.

Continue lendo