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Yolanda Mendez – Desafios de liderar o marketing estratégico em uma fintech
*Por Yolanda Mendez, Diretora do Marketing Estratégico da Creditas
Quando eu explicava para meus pais que eu trabalhava para uma marca consolidada e referência no mercado de bebidas, por mais que eles não compreendessem totalmente o meu trabalho com o Marketing, era claro para eles quais eram os produtos que eu estava desenvolvendo e lançando. Afinal, todos eram familiarizados com a marca, que tem uma comunicação universal. Todo o escopo existe há décadas. As pessoas gostam e, mais ainda, confiam.
Após quase 10 anos no Marketing dessa marca de grande expressão e de um período sabático, aceitei a missão de ser Head do time do marketing estratégico de uma fintech brasileira que segue um ritmo de crescimento exponencial. Quando eu entrei em março de 2019, meu time tinha cinco pessoas. Hoje, meu time passa de 50 profissionais compartilhando essa responsabilidade comigo. O primeiro desafio foi estruturar um time de Marketing Estratégico do zero, ou melhor, quase de zero.
Aqui, todo mundo que entra passa por uma semana inteira de onboarding para aprender exatamente como funcionam todas as áreas da empresa e toda sua esteira. Foi super importante para mim. Quase todas as pessoas que ministraram as palestras do meu onboarding diziam: “Aqui, um mês é quase um ano. As coisas acontecem muito rápido.”
E elas estavam certas.
O cenário de quando entrei, em março, era o seguinte:
- Oferecíamos dois produtos de crédito;
- Éramos cerca de 600 colaboradores no total;
- Meu time tinha cinco pessoas;
- Ocupávamos um andar e meio de um prédio na Berrini;
- Tínhamos apenas um escritório em São Paulo.
O cenário hoje mudou completamente em apenas 7 meses:
- Oferecemos três produtos de crédito
- Somamos mais de 1.300 colaboradores;
- Meu time passa das 50 pessoas;
- Além do um andar e meio daquele prédio, ocupamos mais quatro andares em outro prédio na mesma região;
- Nossa sede é em São Paulo, mas em menos de um ano expandimos para Porto Alegre, Recife, Valência (Espanha) e Cidade do México, onde também estamos levando nossos produtos;
Além da proposta de criar o conhecimento dos nossos produtos, pois são pouco usados no Brasil, nós precisamos construir a marca e gerar awareness ao mesmo tempo em que estamos expandindo, contratando e lançando novidades.
Separei aqui alguns dos desafios que enfrentamos todos os dias:
- Concorrência com tradicionais e já consolidadas instituições financeiras: Os bancos tradicionais estão há muito tempo no mercado, e as novas fintechs ainda não têm o valor de marca deles. Portanto, precisamos focar nossas estratégias de marca em muito além das nossas taxas, mas, sim, nos benefícios que apenas nós oferecemos ao cliente;
- Construção de confiança: Não é todo mundo que vai entrar em um site que não conhece e colocar seus dados pessoais para que uma análise seja feita. Se você não conhece ou não confia naquela marca, você não vai querer fazer isso. Nós nascemos no meio digital e não temos uma agência física em que o cliente vai poder olhar nos olhos do gerente para fechar o negócio. Nós trabalhamos nesta construção todos os dias;
- Entrega de mensagens complexas: Os produtos que trabalhamos são temas complicados. Nem todo mundo gosta de falar que pediu um empréstimo, por exemplo. Nós precisamos explicar de forma criativa e simples um assunto que é um pouco mais complexo e que não está na boca das pessoas em seu dia a dia;
- Criar laços com o público: Nós precisamos conversar com nosso público, mostrar para eles que nós queremos ajudar a resolver seus problemas, precisamos ser humanos mesmo que o canal seja digital. Não estamos aqui apenas para emprestar um dinheiro. Nós realmente queremos viabilizar suas novas conquistas e estar presente durante todo o processo da reforma da sua casa, por exemplo. Nós somos parceiros dos nossos clientes, nos preocupamos com as pessoas e queremos entregar sempre a melhor solução para cada uma delas.
Nós temos muitos outros desafios por aqui. Mas seria um livro e não um artigo se eu colocasse tudo que gostaria. A verdade é: hoje, quando conto para meus pais o que faço profissionalmente, o entendimento já não é tão claro para eles quanto antes, mas esse é um desafio pessoal. Desmistificar um pouco este universo é o primeiro passo. E este é só o começo!
Sobre Yolanda
Mendez Yolanda Mendez é Diretora de Marketing Estratégico da Creditas, principal plataforma online de crédito com garantia do Brasil. Nascida em El Salvador, Yolanda tem vivência em diversos países, como Estados Unidos, Itália, México, Brasil e Honduras, proporcionada pelos seus mais de 14 anos de experiência em marketing, com passagens por empresas multinacionais dos segmentos de consumo, automotivo e aviação. Yolanda construiu vasta carreira de 10 anos na Coca-Cola, iniciada em 2007, e atuando com desenvolvimento de mercado e novos produtos, branding, visão estratégica, planejamento de campanhas e inovação. Em 2014, liderou todas as iniciativas do Nordeste durante a Copa do Mundo. Ela também foi responsável por apoiar a unificação e liderar a criação da visão de marketing do maior fabricante da Coca-Cola no Brasil. Antes, Yolanda passou por Avianca e Fiat Chrysler. Yolanda é graduada pela Escola Superior de Economia e Negócios, de El Salvador, e possui MBA pela SDA Bocconi, na Itália.
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IAs do Live Marketing
*Fabio Pacheco
O mercado de live marketing passa por constantes transformações e, para se destacar, é preciso ir além de contar histórias: é necessário criar experiências em que as pessoas são protagonistas, gerando emoções e conexões genuínas. Essa é a essência do “storyloving”, um conceito inovador que promete transformar a forma como marcas e consumidores se conecta.
O storytelling serviu como base para o marketing, mas com a evolução tecnológica e as novas expectativas do consumidor, foi preciso avançar. Hoje, não basta contar histórias: é essencial que o público viva e sinta as narrativas. O storyliving já impulsionou o engajamento ao colocar o consumidor no centro da ação, e esse conceito vai além ao criar laços emocionais duradouros. Nesse novo formato, as marcas devem focar em experiências que deixem memórias significativas, proporcionando ao público uma verdadeira sensação de pertencimento.
No storyloving, o foco está em conectar emocionalmente o público, criando experiências que gerem sentimentos e conexões genuínas. Ao oferecer uma vivência que ultrapassa o nível racional, o objetivo é gerar uma memória emocional que se transforma em um vínculo duradouro. Experiências memoráveis – sejam elas eventos, ativações ou lançamentos – reforçam o propósito e o pertencimento, criando laços emocionais com consumidores. Esse tipo de conexão transforma o produto ou serviço em parte essencial da jornada pessoal de cada cliente.
A fórmula é IA + IA: Inteligência Artificial somada à Inteligência com Afeto – Inteligência Artificial (IA) é uma ferramenta poderosa que otimiza processos e analisa dados em grande escala. No entanto, o verdadeiro valor surge quando a IA se alinha com a inteligência humana, proporcionando interações que incluem afeto e empatia. A tecnologia oferece insights que orientam a personalização e permitem que as marcas mantenham o toque humano, criando um equilíbrio que atrai e fideliza clientes.
A inovação constante, entretanto, demanda um ecossistema robusto e colaborativo. A criação de um ambiente que una diferentes expertises permite desenvolver soluções integradas, do planejamento à execução final, com eficiência e criatividade. Um ecossistema focado em soluções criativas facilita a personalização de experiências para cada cliente, atendendo necessidades de forma estratégica e inovadora.
Ou seja: o foco é sempre nas pessoas. O storyloving coloca as pessoas no centro, integrando tecnologia, criatividade e valores sociais. Essa abordagem destaca o compromisso com os princípios ESG e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo impacto social e ambiental positivo. Projetos alinhados com esses valores – como exposições que sensibilizam sobre temas ambientais ou ações em prol da sustentabilidade – engajam o público em causas significativas, criando uma ponte entre a experiência do consumidor e a responsabilidade social.
Mais do que storytelling, é preciso inovar e gerar resultados. Ao adotar o storyloving, as marcas não apenas contam histórias, mas constroem narrativas significativas que transformam experiências em legados duradouros. Essa nova perspectiva no live marketing conecta, engaja e traz ao consumidor um envolvimento profundo e verdadeiro.
*Fabio Pacheco – Diretor de estratégia criativa da Netza&CO
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Marketing de incentivo: como ele ajuda na satisfação dos colaboradores?
*Marilyn Hahn
A satisfação dos colaboradores é um fator primordial para o sucesso de qualquer organização. Na atual conjuntura do mercado, na qual a demanda por qualidade e personalização está em alta, as empresas precisam estar atentas às novas tendências em benefícios corporativos para manter seus funcionários motivados e producentes.
De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, funcionários felizes e satisfeitos são 13% mais produtivos. Portanto, uma abordagem de endomarketing que inclua o marketing de incentivo pode ter um impacto relevante nos resultados do negócio e se tornar uma vantagem competitiva. Essa estratégia envolve a utilização de soluções especializadas que oferecem incentivos e premiações customizados, sem a necessidade de uma equipe dedicada exclusivamente a essa função.
O principal objetivo dessas medidas é melhorar a experiência dos colaboradores, estimulando-os a alcançar melhores resultados e promovendo uma jornada profissional positiva. Reconhecer o valor do time é essencial para garantir o engajamento e fortalecer as relações no ambiente de trabalho.
Colaboradores que recebem incentivos personalizados, como pontos acumulados, cartões pré-pagos e gift cards, tendem a se sentir mais valorizados, o que não só aumenta o comprometimento, mas também fortalece a cultura organizacional e promove maior produtividade. Além disso, utilizar cartões pré-pagos como forma de incentivo ajuda a minimizar complicações legais, já que eles não são considerados uma segunda linha de remuneração. Isso facilita a gestão de benefícios e reduz preocupações com questões trabalhistas.
Um ambiente de trabalho onde os times se sentem motivados e engajados contribui para a construção de uma marca empregadora forte. Isso favorece a retenção de talentos e diminui a rotatividade de funcionários, criando um clima organizacional positivo e produtivo.
Portanto, investir em benefícios e incentivos é mais do que uma tendência, é uma necessidade para empresas que desejam se destacar no mercado e garantir a satisfação dos seus colaboradores. O tempo é agora.
*Marilyn Hahn – CRO e cofundadora do Bankly.
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