Colunistas
O que tenho aprendido com as ruas
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Meu caminho para o mundo do Live Marketing foi meio tortuoso. Sou formado em direito, advogado que nunca trabalhou na área. Comecei minha vida profissional no distante universo de vídeo locadoras, migrei para uma empresa de softwares e, de lá, para informática educacional, trabalhando em escolas. Na primeira delas, o contato com a Internet, que ainda não havia sido lançada comercialmente, mas era usada em projetos pedagógicos.
Com a chegada da internet comercial no Brasil, em 1995, comecei a fazer sites e dar cursos e palestras sobre o tema. E fui parar no Estadão, liderando ações digitais de uma das empresas do Grupo, a defunta OESP Mídia, que fazia guias e listas telefônicas.
Depois de alguns anos nesse setor, fui convidado pelo Mauricio Eugenio para fazer parte da equipe da agência que levava seu nome, especializada no mercado imobiliário, mas que tinha um braço com clientes de outros setores. Foi minha primeira escola em publicidade, atendendo a conta da Dell Computadores.
Segui depois para a MPM e Dentsu, com clientes nacionais e estrangeiros, de diversos setores, especialmente varejo e bens de consumo. O foco sempre foi em publicidade, mas de vez em quando aparecia algum evento ou ação promocionalpra fazermos.
Na Dentsu, com Sanrio (leia-se HelloKitty, uma delícia de produto pra se trabalhar), veio minha primeira ação significativa de Live Marketing (que, em 2008, ainda tinha esse nome): nas comemorações do centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, um grande stand com ativações de marca no Anhembi.
Vem pra rua
Em 2009, a primeira oportunidade de trabalhar com uma marca nas ruas, quando fui convidado para fazer parte da Maior, empresa criada por Nizan Guanaes para oferecer projetos de entretenimento. E não era qualquer marca, nem qualquer ação: foi com a Disney, numa plataforma que levou um desfile com os personagens para quase quatro milhões de pessoas em seis cidades Brasileiras.
A Parada Disney foi um projeto audacioso, complexo (e extremamente caro), patrocinado pela Nestlé. Em 2009 e 2010 visitou o Rio de Janeiro, Vila Velha, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador. Um verdadeiro MBA em produção de grandes eventos, com aulas práticas do que se deve e não se pode fazer.
Depois teve a Tudo, agência das mais criativas em Live Marketing, recentemente absorvida pela TracyLocke. Foram dois anos e centenas de eventos e ativações de marca, pequenos e grandes, em várias partes do Brasil e até no exterior. Outra grande escola!
Virando Bozó
Mas foi quando entrei na Globo, em 2015, que as ruas entraram de vez na minha vida.
Com a ajuda de uma equipe sensacional, sou responsável por estratégias de comunicação que aproximem a marca Globo do púbico nas nossas áreas de cobertura em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Recife. Somadas, são regiões onde falamos com mais de 35 milhões de pessoas.
Não é uma tarefa simples: por ser uma marca que chega a todos, nossas ações de relacionamento também precisam conversar com gente de diferentes perfis e classes sociais, em diversos locais. Procuramos ir ao encontro das pessoas e o principal caminho para isso são ações de Live Marketing, principalmente nas ruas.
Todos os anos criamos centenas de oportunidades de diálogo com as pessoas nessas regiões, seja em iniciativas próprias, seja em apoio a eventos de terceiros, onde também ativamos a marca Globo.
Principais aprendizados
Como passamos muito tempo nas ruas, estudando o comportamento do público e realizando as ações para (e com) as pessoas, temos aprendido muita coisa: o que funciona melhor, os cuidados que a marca deve ter e o que deve ser evitado. As lições mais importantes são:
- Proximidade ganha o jogo
- É preciso ir aonde o público está
- Saia das bolhas
- Protagonismo é melhor que passividade
- Inclusão e respeito não só no discurso
- Temas e causas são fundamentais
- Aproveite para estimular os cinco sentidos
Algumas podem parecer até óbvias, mas é impressionante constatar como são desconhecidas ou ignoradas por uma quantidade enorme de marcas nas suas ações de relacionamento.
Nos próximos artigos, aqui no Portal da Revista Live Marketing, pretendo aprofundar cada um desses temas, falando sobre nossos aprendizados, sucessos e fracassos. Tomara que isso possa ser útil para suas estratégias de comunicação.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Mais artigos do Autor” font_container=”tag:h2|font_size:24px|text_align:left|color:%23201f1f” use_theme_fonts=”yes” el_class=”title-left box-title”][box_category layout_types=”box2″ type_post=”news” number_post=”4″ meta=”” category_name=”alexandre-mutran”][/vc_column][/vc_row]
Colunistas
Com metaverso e retomada dos eventos presenciais: um “novo mundo” para a indústria de entretenimento está nascendo
Por Natasha de Caiado Castro*
Meu avô fazendeiro falava que oportunidade era um cavalo que passava selado. Quem enxergava, pulava em cima. E assim vejo Metaverso para a indústria de entretenimento, tão tão tão sofrida nesta pandemia: temos um mundo de realidade virtual nascendo. E ele já surge com fãs e haters. Se artistas nos palcos terão avatares dentro da sua casa, aproximando-os da sua base de público – o que com certeza será amplamente explorado pelos influencers – ou se haverá novos modelos de arte e entretenimento também sendo criados “as we go” ainda são incógnitas.
De fato tudo isso é tão novo que ainda não conseguimos ter a imagem clara nem a curto, muito menos a longo prazo, mas temos que levar em conta que esse ecossistema de artistas, técnicos e serviços está sendo desenhado agora e quem está antenado vai ajudar a formatar esse “novo mundo”. Resumindo, quem sair do quadro de “senta-e-chora” , passa a ser protagonista da história.
Foi assim quando o cinema chegou e quebrou o paradigma do circo-ópera-teatro, sendo absolutamente criticado pela sociedade da época. Passou pelo mudo no processo de amadurecimento e temos aí uma das artes mais sólidas e fortes hoje. E foi o ícone da música eletrônica Jean Michel Jarre que me contou seu ponto de vista e mudou minha opinião que também estava fixada no Mark Zuckerberg brincando com seu avatar.
Aqui cabe ainda lembrar que o poeta Oswald de Andrade, a pintora Tarsila do Amaral e todas da patota modernista foram chamados de bagunceiros e revolucionaram a literatura e as artes. E como esquecer a geração perdida com Ernest Hemingway e a chegada do Jazz? Tudo incomodou bastante, mas veio para ficar!
Agora, o bacana mesmo e que fez cair um cisco nos olhos foi ver no palco da edição 2021 do Web Summit, realizado neste início de mês em Lisboa, os centenas de produtores, técnicos e voluntários, todos os personagens de eventos, se abraçando orgulhosos por terem colocado os 42.751 pessoas dentro da cidade montada para receber após dois anos palestrantes e audiência presencialmente. Sabe aqueles momentos que arrepiam, que a emoção é tão grande que transborda e atinge até quem está na plateia? Galera de garra que apostou alto, certamente ouviu muita bobagem desanimadora e não se deixou abater.
O Summit foi lindo e seguro, uma delícia. Assim como uma semana antes foi o Utopiales, em Nates (França), maior festival de ficção científica do mundo e onde fui buscar inspiração para projetos de experiências corporativas. Por lá estiveram 50 mil pessoas, seguindo todos os protocolos de cuidado com máscaras e carteiras de vacinação, para aproveitar os dias de muito intercâmbio intelectual (me vi discutindo Durkheim e universo digital com filósofos, escritores e antropólogos durante o jantar).
O mundo está abrindo com um monte de oportunidades. E o copo pode estar meio cheio ou meio vazio… Qual é a sua tribo?
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A volta à vida no Vale do Silício
Estamos em julho de 2021, Califórnia, Estados Unidos. Nas próximas linhas, pretendo fazer uma prévia sobre o que deve acontecer com o mundo nos próximos meses. Espero estar certa nessa radiografia.
No Vale do Silício, mais de 80% da população já está vacinada contra a covid-19. Ainda há quem seja contra a vacinação – algo em torno de 25% – mas a boa notícia é que já atingimos a imunidade de rebanho. Com isso, não é mais obrigatório o uso de máscaras e nem fazer distanciamento.
Na região, o mundo está voltando ao normal, porém um normal diferente, mais intenso, no qual as pequenas coisas estão supervalorizadas. Pessoas que nunca se viram se cumprimentam, sorriem umas para as outras, se parabenizam pelas pequenas vitórias e ficam emocionadas com facilidade.
A piscina pública que eu frequentava abre as portas na próxima semana. Isso significa o retorno da prática de exercícios físicos após 18 meses sem treinar. Nadar sem máscaras – claro! – e dividindo as raias. Eu odiava ter que dividir a minha, mas agora estou na contagem regressiva para isso acontecer.
Será que era preciso a chegada de um vírus mortal para aterrorizar nossas vidas e nos fazer acordar para valorizar o que sempre teve valor? Mas não é por esse ponto que eu escrevo esse artigo. Quero contar mais sobre a retomada das atividades no Vale do Silício, como é um dia normal no cotidiano dessa região.
No café é que brotam as ideias
Oito da manhã. Sentada em um café para participar da primeira reunião com o Felipe, sócio de uma das empresas de educação mais disruptivas atualmente no Brasil e que é nossa parceira. Que orgulho dessa moçada que veio para “quebrar tudo”, tanto no Vale quanto no Brasil. Por aqui é costume fazermos esses encontros nos cafés. Após vários goles da minha bebida quentinha, embalada pela narrativa de retomada das atividades, fico sabendo que eles logo estarão na mídia no Brasil. Já me deixou muito feliz!
Na sequência, passada rápida ao supermercado para comprar algumas coisas que estão faltando, um pulo na Universidade de Stanford e depois almoço com duas grandes figuras do Vale. Laura, que é uma das líderes responsáveis pela área educacional das escolas públicas da Bay Area, e Sherry, advogada que atuava em Davos e prefeita de uma das cidades mais charmosas da região.
Na pauta de nossa conversa, a abertura da Europa para as nossas próximas viagens de estudo. Nós fazemos parte de uma associação de arqueologia e estamos desesperados para voltar aos sítios arqueológicos. Porém, as fronteiras ainda estão fechadas.
No entanto, o que nos deixa animados é que já temos como pensar em datas e perspectivas concretas sobre esse retorno, o que é muito mais do que tínhamos há 18 meses. Acho que sou a única do grupo que não é aposentada. Muitos deles aproveitaram o momento e penduraram as chuteiras da vida profissional para se dedicar à sua paixão por arqueologia.
Na parte da tarde, seis mulheres que integram um grupo de investidores e de startups brasileiros, que não se encontrava desde o início da pandemia, elegeu a mesa de um restaurante para retomar seu “tricot” sobre as novidades. Na pauta, além de maquiagens, o assunto mais importante: como os nossos negócios lidaram com a covid.
Todas estão se mexendo para surfar essa retomada. A Debora e a Heloísa estão prestes a revolucionar a indústria da moda com a BePop, uma startup que desenvolveu uma plataforma que usa tecnologia para transformar desenhos dos filhos em roupas lindas. Já a Mirelly está bombando com a Verbena – a Daslu das flores, disruptiva na entrega, no charme e no escopo do negócio – agora com presença em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já a Lona fundou a Education Journey, uma startup de educação que nasceu durante a pandemia, recebendo investimentos de todos os lados e está revolucionando o ensino corporativo.
A Ellen percebeu, durante a conversa, uma oportunidade de fazer o “landing” de produtos nos Estados Unidos. Todas deram palpites no negócio de cada uma e voltamos para casa com ideias trocadas, testadas e prototipadas. Um business plan, que normalmente demora um ano para ser feito, no Vale é desenvolvido em um guardanapo durante a conversa em um café e passa para a próxima fase em poucos dias. Essa é a pegada de funcionamento do Vale.
Reaquecendo os motores
Na Wish International, estamos neste momento saindo gradualmente do estado de hibernação. Uma empresa que faz eventos internacionais e tem clientes brasileiros como maioria esteve no lugar errado na hora errada durante a Covid. Mas nunca deixamos de acreditar na demanda reprimida. Por isso, não demitimos ninguém e nem desplugamos parceiros que trabalham em nossos quatro escritórios instalados em três continentes.
O Vale do Silício sofreu bastante com a pandemia. Muitos parceiros deixaram a região, mas foram semear disrupção e inovação pelo mundo. E vejo novas pessoas e empresas chegando, com novas ideias pulsando nas veias. Se elas tiverem a mente aberta e a alma generosa, o “novo” Vale do Silício deve abraçar, inspirar e “vitaminar” essas ideias. E eu estou muito curiosa para acompanhar os próximos capítulos desse cenário.
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