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O artista vai aonde o público está! E a sua marca?
Até aonde você vai pra encontrar seu público? Você sabe onde ele está? Você vai até ele ou só faz com venha até você? E, mais importante, o quanto você realmente conhece o seu público?
Penso que essas são perguntas que marcas e suas agências deveriam sempre fazer, buscando insumos para respondê-las com propriedade.
Nas minhas andanças pelo Brasil, especialmente pelas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife, onde lidero as estratégias de relacionamento da Globo com a população, percebo que muitas marcas não têm prestado atenção a esses pontos.
É indiscutível o aumento da oferta de experiências de marca, mas a maior parte delas ainda é feita em regiões consideradas mais “bacanas”. E por “bacanas”, entenda-se locais que, com opções de lazer, cultura e entretenimento, já atraem tanto a população local quanto turistas, potenciais participantes das ações oferecidas pelas marcas. Em São Paulo, Avenida Paulista, Parque Ibirapuera, Vila Madalena e partes do Centro são bons exemplos.
Não existe nada de errado nisso. O erro está em esquecer de outras regiões, centrais ou periféricas, principalmente as que são locais onde as pessoas (que também são público da sua marca) moram ou por onde elas passam.
Tenho observadoque grande parte das marcas não leva suas ativações ou experiências para os bairros “menos bacanas”, principalmente os mais periféricos. A presença de marcas nesses locais se dá, basicamente, em pontos de venda ou em ações de comunicação local, como mobiliário urbano e mídia exterior.
Acredito que esse é um grande equívoco: se a pessoa é relevante o suficiente porque compra e consome seus produtos e serviços, deveria também ser considerada como relevante para participar das estratégias de Live Marketing da marca.
Isso inclui avaliar se a marca deve ir ao encontro do público ou só deve oferecer experiências em locais que obriguem as pessoas a se deslocarem. Ir ao encontro do público ajuda a aproximar a marca das pessoas, especialmente quando a marca vai a lugares mais distantes e carentes de opções de entretenimento. O público reconhece e agradece esse “esforço”.
Em São Paulo, uma das iniciativas da Globo que nos ajudam a colocar tudo isso em prática é a Arte na Rua, que desde 2014 oferece apresentações musicais gratuitas em vários pontos da região metropolitana, especialmente nos mais distantes.
Uma das características dessa ação é interromper positivamente o cotidiano das pessoas: oferecemos experiências no caminho delas, em locais como estações e terminais de transporte público, ruas e praças. Para muitos, funciona como uma válvula de escape na rotina: o público para, assiste, interage, captura e compartilha esses momentos. E isso reforça a proximidade da Globo com as pessoas, sendo percebida como uma marca que faz parte do dia a dia delas, ao vivo, não só nas telas.
Por último, independente de qual seja a estratégia de Live Marketing adotada, é fundamental conhecer muito bem o público. Apesar de parecer óbvio, noto que muitas vezes isso ainda é feito de maneira bastante superficial.
É inegável o valor do Big Data, de pesquisas e estudos de tendências. Mas conhecer de perto a realidade das pessoas, dos diferentes grupos, tribos, coletivos é ainda mais enriquecedor. E isso não se faz no conforto do escritório ou da agência: tem que ir pra rua!
Conheça a dinâmica dos locais, pegue trem, metrô, ônibus, ande pelas ruas, conheça as praças, os equipamentos públicos, entenda as opções de lazer, circule pelos lugares onde o seu público circula. Isso vai possibilitar planejar e executar experiências mais autênticas, com mais apelo e significado para as pessoas.
E os resultados? Uma ação bem planejada, que leve em conta esses aspectos, no mínimo vai melhorar a receptividade do público, fazendo com que a marca receba o carinho das pessoas e se torne mais próxima delas. O resto – venda, uso, recomendação – vêm em seguida.
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Com metaverso e retomada dos eventos presenciais: um “novo mundo” para a indústria de entretenimento está nascendo
Por Natasha de Caiado Castro*
Meu avô fazendeiro falava que oportunidade era um cavalo que passava selado. Quem enxergava, pulava em cima. E assim vejo Metaverso para a indústria de entretenimento, tão tão tão sofrida nesta pandemia: temos um mundo de realidade virtual nascendo. E ele já surge com fãs e haters. Se artistas nos palcos terão avatares dentro da sua casa, aproximando-os da sua base de público – o que com certeza será amplamente explorado pelos influencers – ou se haverá novos modelos de arte e entretenimento também sendo criados “as we go” ainda são incógnitas.
De fato tudo isso é tão novo que ainda não conseguimos ter a imagem clara nem a curto, muito menos a longo prazo, mas temos que levar em conta que esse ecossistema de artistas, técnicos e serviços está sendo desenhado agora e quem está antenado vai ajudar a formatar esse “novo mundo”. Resumindo, quem sair do quadro de “senta-e-chora” , passa a ser protagonista da história.
Foi assim quando o cinema chegou e quebrou o paradigma do circo-ópera-teatro, sendo absolutamente criticado pela sociedade da época. Passou pelo mudo no processo de amadurecimento e temos aí uma das artes mais sólidas e fortes hoje. E foi o ícone da música eletrônica Jean Michel Jarre que me contou seu ponto de vista e mudou minha opinião que também estava fixada no Mark Zuckerberg brincando com seu avatar.
Aqui cabe ainda lembrar que o poeta Oswald de Andrade, a pintora Tarsila do Amaral e todas da patota modernista foram chamados de bagunceiros e revolucionaram a literatura e as artes. E como esquecer a geração perdida com Ernest Hemingway e a chegada do Jazz? Tudo incomodou bastante, mas veio para ficar!
Agora, o bacana mesmo e que fez cair um cisco nos olhos foi ver no palco da edição 2021 do Web Summit, realizado neste início de mês em Lisboa, os centenas de produtores, técnicos e voluntários, todos os personagens de eventos, se abraçando orgulhosos por terem colocado os 42.751 pessoas dentro da cidade montada para receber após dois anos palestrantes e audiência presencialmente. Sabe aqueles momentos que arrepiam, que a emoção é tão grande que transborda e atinge até quem está na plateia? Galera de garra que apostou alto, certamente ouviu muita bobagem desanimadora e não se deixou abater.
O Summit foi lindo e seguro, uma delícia. Assim como uma semana antes foi o Utopiales, em Nates (França), maior festival de ficção científica do mundo e onde fui buscar inspiração para projetos de experiências corporativas. Por lá estiveram 50 mil pessoas, seguindo todos os protocolos de cuidado com máscaras e carteiras de vacinação, para aproveitar os dias de muito intercâmbio intelectual (me vi discutindo Durkheim e universo digital com filósofos, escritores e antropólogos durante o jantar).
O mundo está abrindo com um monte de oportunidades. E o copo pode estar meio cheio ou meio vazio… Qual é a sua tribo?
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A volta à vida no Vale do Silício
Estamos em julho de 2021, Califórnia, Estados Unidos. Nas próximas linhas, pretendo fazer uma prévia sobre o que deve acontecer com o mundo nos próximos meses. Espero estar certa nessa radiografia.
No Vale do Silício, mais de 80% da população já está vacinada contra a covid-19. Ainda há quem seja contra a vacinação – algo em torno de 25% – mas a boa notícia é que já atingimos a imunidade de rebanho. Com isso, não é mais obrigatório o uso de máscaras e nem fazer distanciamento.
Na região, o mundo está voltando ao normal, porém um normal diferente, mais intenso, no qual as pequenas coisas estão supervalorizadas. Pessoas que nunca se viram se cumprimentam, sorriem umas para as outras, se parabenizam pelas pequenas vitórias e ficam emocionadas com facilidade.
A piscina pública que eu frequentava abre as portas na próxima semana. Isso significa o retorno da prática de exercícios físicos após 18 meses sem treinar. Nadar sem máscaras – claro! – e dividindo as raias. Eu odiava ter que dividir a minha, mas agora estou na contagem regressiva para isso acontecer.
Será que era preciso a chegada de um vírus mortal para aterrorizar nossas vidas e nos fazer acordar para valorizar o que sempre teve valor? Mas não é por esse ponto que eu escrevo esse artigo. Quero contar mais sobre a retomada das atividades no Vale do Silício, como é um dia normal no cotidiano dessa região.
No café é que brotam as ideias
Oito da manhã. Sentada em um café para participar da primeira reunião com o Felipe, sócio de uma das empresas de educação mais disruptivas atualmente no Brasil e que é nossa parceira. Que orgulho dessa moçada que veio para “quebrar tudo”, tanto no Vale quanto no Brasil. Por aqui é costume fazermos esses encontros nos cafés. Após vários goles da minha bebida quentinha, embalada pela narrativa de retomada das atividades, fico sabendo que eles logo estarão na mídia no Brasil. Já me deixou muito feliz!
Na sequência, passada rápida ao supermercado para comprar algumas coisas que estão faltando, um pulo na Universidade de Stanford e depois almoço com duas grandes figuras do Vale. Laura, que é uma das líderes responsáveis pela área educacional das escolas públicas da Bay Area, e Sherry, advogada que atuava em Davos e prefeita de uma das cidades mais charmosas da região.
Na pauta de nossa conversa, a abertura da Europa para as nossas próximas viagens de estudo. Nós fazemos parte de uma associação de arqueologia e estamos desesperados para voltar aos sítios arqueológicos. Porém, as fronteiras ainda estão fechadas.
No entanto, o que nos deixa animados é que já temos como pensar em datas e perspectivas concretas sobre esse retorno, o que é muito mais do que tínhamos há 18 meses. Acho que sou a única do grupo que não é aposentada. Muitos deles aproveitaram o momento e penduraram as chuteiras da vida profissional para se dedicar à sua paixão por arqueologia.
Na parte da tarde, seis mulheres que integram um grupo de investidores e de startups brasileiros, que não se encontrava desde o início da pandemia, elegeu a mesa de um restaurante para retomar seu “tricot” sobre as novidades. Na pauta, além de maquiagens, o assunto mais importante: como os nossos negócios lidaram com a covid.
Todas estão se mexendo para surfar essa retomada. A Debora e a Heloísa estão prestes a revolucionar a indústria da moda com a BePop, uma startup que desenvolveu uma plataforma que usa tecnologia para transformar desenhos dos filhos em roupas lindas. Já a Mirelly está bombando com a Verbena – a Daslu das flores, disruptiva na entrega, no charme e no escopo do negócio – agora com presença em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já a Lona fundou a Education Journey, uma startup de educação que nasceu durante a pandemia, recebendo investimentos de todos os lados e está revolucionando o ensino corporativo.
A Ellen percebeu, durante a conversa, uma oportunidade de fazer o “landing” de produtos nos Estados Unidos. Todas deram palpites no negócio de cada uma e voltamos para casa com ideias trocadas, testadas e prototipadas. Um business plan, que normalmente demora um ano para ser feito, no Vale é desenvolvido em um guardanapo durante a conversa em um café e passa para a próxima fase em poucos dias. Essa é a pegada de funcionamento do Vale.
Reaquecendo os motores
Na Wish International, estamos neste momento saindo gradualmente do estado de hibernação. Uma empresa que faz eventos internacionais e tem clientes brasileiros como maioria esteve no lugar errado na hora errada durante a Covid. Mas nunca deixamos de acreditar na demanda reprimida. Por isso, não demitimos ninguém e nem desplugamos parceiros que trabalham em nossos quatro escritórios instalados em três continentes.
O Vale do Silício sofreu bastante com a pandemia. Muitos parceiros deixaram a região, mas foram semear disrupção e inovação pelo mundo. E vejo novas pessoas e empresas chegando, com novas ideias pulsando nas veias. Se elas tiverem a mente aberta e a alma generosa, o “novo” Vale do Silício deve abraçar, inspirar e “vitaminar” essas ideias. E eu estou muito curiosa para acompanhar os próximos capítulos desse cenário.
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