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Alessander Firmino – Estratégias de varejo: omnichannel integrado é o próximo passo
*Por Alessander Firmino
O varejo não está morto, ele acabou de mudar – online. Não é segredo que a proliferação do mobile alterou inúmeros elementos da vida dos consumidores, incluindo a maneira como eles compram. Enquanto a experiência na loja física não está sem suas vantagens – gratificação tátil e instantânea, para citar algumas – a conveniência de navegar de qualquer lugar e de comprar a qualquer hora não pode ser superada.
O varejo moderno empoderou os consumidores, permitindo que eles usem uma variedade de dispositivos, canais e plataformas para pesquisar e comprar produtos. Por exemplo, considere consumidores no mercado a fim de comprar uma nova estante de livros. Esses compradores podem começar pesquisando em seus telefones e depois migrar para o desktop para ver imagens em alta resolução. Eles podem então visitar uma loja física para avaliar a facilidade de montagem e a aparência da estante e, finalmente, comprar por meio do aplicativo do varejista. Esse comportamento omnichannel significa que as marcas precisam de uma abordagem coesa e orientada por dados para vencer a guerra pela atenção e pelo bolso do consumidor.
De acordo com a Ebit, no ano passado, uma em cada quatro compras online no Brasil (27,3%) foram realizadas por meio de dispositivos móveis, o que representa um quarto do faturamento do e-commerce nacional, que chegou a R$ 47 bilhões. Independente dos consumidores comprarem produtos eletrônicos, de moda ou de saúde e beleza, o mobile impulsiona o crescimento das vendas. Em paralelo, as transações globais em aplicativos registraram aumento anual de 22%, de acordo com o estudo Análise do E-commerce no Mundo, da Criteo. No cenário “mobile-first” do varejo, há três considerações importantes que os profissionais de marketing precisam ter em mente:
Maturidade mobile
O mobile está em toda parte. Consumidores mobile também estão por todos os lugares. Os dispositivos móveis não são mais uma reflexão tardia para o mercado, pois os varejistas responderam à revolução mobile criando sites móveis de e-commerce altamente otimizados. E mesmo quando o mobile se torna um canal maduro, continuamos a ver as transações em smartphones crescendo em ritmo acelerado. O estudo da Criteo revela que, no primeiro trimestre deste ano, as transações por celulares no Brasil registraram uma taxa de crescimento de 48% em comparação com o mesmo período em 2017, enquanto o uso de tablets e desktops diminuiu 24% e 15%, respectivamente. Os varejistas devem, assim, garantir que toda a sua experiência transacional seja perfeita em dispositivos com fator de forma pequeno.
É necessário enxergar o aparelho móvel como um portal para toda a experiência de compra. Varejistas com a habilidade de compreender como um usuário interage em todo o conjunto de experiências (app, site, lojas, etc) podem criar um retrato de 360 graus do comportamento do consumidor para alimentar a segmentação individual. Experiência no site, mensagens de marketing e serviços na loja física são alavancas que podem ser personalizadas com base nessa visão 360 graus.
Vantagens do app
Os consumidores não apenas se entusiasmaram com a ideia de fazer compras em seus telefones, como eles estão começando a mudar suas preferências de compras em dispositivos móveis, de sites para aplicativos. O estudo da Criteo descobriu que as compras por apps agora respondem por um terço das transações mobile no Brasil para varejistas que já possuem esse recurso. Além disso, o índice de conversão de compras nesses canais é de 10%, três vezes mais alto que os 3% vistos na mobile web.
Oportunidade omnichannel
Apesar de representar apenas 7% de todos os consumidores, os omnishoppers são responsáveis por 27% de todo o volume de vendas. Todos esses consumidores continuam a usar vários canais em seus caminhos de compra. Logo, os varejistas precisam alavancar dados omnichannel para otimizar seus esforços de marketing. Os que conectam lojas físicas com o comportamento online do consumidor podem aplicar quatro vezes mais dados de vendas que aqueles que usam somente dados da web.
Os consumidores de hoje estão em movimento e pesquisando em múltiplas telas. E enquanto eles podem alternar entre dispositivos, ambientes e walled gardens, os celulares estão impulsionando o crescimento de maneira geral. A adoção de aplicativos e a melhora na infraestrutura de dados estão abrindo caminho para um marketing omnichannel aperfeiçoado. A oportunidade do varejo está clara – priorizar e otimizar a experiência mobile, apps de compra, e uma visão 360 graus do consumidor, ou correr o risco perder oportunidades.
*Alessander Firmino é diretor geral da Criteo para o Brasil e América Latina
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Gastronomia e experiências memoráveis: Importância da ativação de uma marca em eventos
*Fabio Zibenberg
Em um mercado saturado e altamente competitivo, as empresas precisam se destacar para atrair a atenção e conquistar a preferência dos consumidores. A ativação de marca é um dos caminhos nesta jornada, pois enquanto estratégia permite que as marcas deixem uma impressão duradoura em seu público-alvo, criando uma conexão emocional que vai além do simples consumo de produtos ou serviços. Sem falar na consolidação da identidade de uma empresa, transmitindo seus valores, missão e visão de forma clara e convincente. Isso cria uma imagem coesa e autêntica que os consumidores podem relacionar e confiar.
Ao criar uma conexão emocional, a ativação de marca fortalece a fidelidade do cliente. E, consumidores que se sentem conectados a uma marca são mais propensos a se tornarem clientes fiéis. Ao criar experiências memoráveis, eles podem estar dispostos a pagar mais por aquilo que a marca representa. Eventos são também uma excelente plataforma para gerar conteúdo de marca. O ambiente vibrante e dinâmico de um evento faz também com que os próprios participantes possam atuar como embaixadores da marca ao compartilhar suas experiências com seus seguidores, ampliando o alcance da ativação de forma orgânica.
Neste sentido, a gastronomia tem se tornado um componente essencial na criação de experiências memoráveis em eventos, não apenas pelo seu papel funcional, mas como parte integral da ativação de marca. Quando bem explorada, a gastronomia pode amplificar a percepção de uma marca e criar uma experiência sensorial completa. Pensemos o ato da boa mesa como uma experiência profunda, que envolve diversos sentidos. Incorporar uma experiência gastronômica a um evento reforça a conexão emocional do público com a marca. Quando bem realizada, pode criar uma memória associativa forte entre o sabor e a imagem da marca. Isso é especialmente relevante em eventos de luxo ou experiências exclusivas, por exemplo, onde a gastronomia pode ser um diferencial competitivo.
O que mais tem a capacidade de reunir pessoas e promover interação social, que não a comida? Eventos que oferecem experiências gastronômicas de qualidade são percebidos como mais acolhedores e convidativos, o que aumenta a permanência dos participantes e consequentemente favorece o networking. Além disso, a combinação de boa comida e entretenimento potencializa a percepção positiva do evento como um todo. A inclusão de parceiros renomados na área da gastronomia, como chefs famosos, marcas de bebidas premium, podem ainda elevar a percepção de prestígio e qualidade de um evento. Isso pode gerar mídia espontânea, aumentar a cobertura nas redes sociais e atrair um público mais exigente.
Quando combinada com a gastronomia, a ativação de marca se torna ainda mais impactante, criando uma experiência sensorial completa e memorável. Empresas que investem em ativações de marca durante eventos, integrando a gastronomia de forma estratégica, estão mais bem posicionadas para capturar a atenção do consumidor e gerar resultados positivos em longo prazo.
*Fabio Zibenberg – Sócio e líder em comercialização de eventos do Grupo T.T. Burger, Ella Pizzaria e CEO do Grupo BERLINN, holding de brand solutions
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Investimento em marketing mix modeling prepara big techs para mundo pós-cookies
*Daniel Guinezi
Desde que as primeiras normas regulatórias sobre o uso de dados pessoais começaram a circular, em meados de 2016, as plataformas de mídia vêm se preparando para uma realidade na qual o acesso a esses dados não é mais tão facilitado. Paralelamente, profissionais de marketing e publicidade travam uma batalha antiga contra os modelos tradicionais de mensuração e segmentação de estratégias de mídia, galgados em cima das facilidades que essas plataformas vêm oferecendo até então.
Por um lado sendo pressionados a se adaptar a um mundo ainda incerto e, por outro, buscando inovar constantemente à medida que novas soluções prometem retornos sobre ativos (ROAs) cada vez mais agressivos, um fantasma paira sobre as big techs e seus anunciantes, que podem se ver lidando com bloqueios de third-party cookies no futuro: como mensurar e otimizar investimentos em mídia com o menor risco possível e de forma cada vez mais independente?
Nos últimos anos, as gigantes do setor de tecnologia Google e Meta, responsáveis pelas principais plataformas de anúncio utilizadas hoje no marketing digital, têm feito investimentos significativos em frameworks de marketing mix modeling (MMM). O Google se prepara para lançar ao grande público sua própria solução para integração e mensuração de mídia na forma do Google Meridian, em resposta à Meta, que saiu na frente com o projeto Robyn.
O Google Meridian é um framework avançado de MMM que utiliza uma combinação de técnicas de análise de dados e algoritmos de machine learning para fornecer insights profundos sobre o desempenho de campanhas de marketing, enriquecendo suas análises com fatores exógenos de venda, sazonalidade e eventos específicos de cada setor.
Já o Meta Robyn busca cruzar e analisar dados de engajamento e comportamento do usuário nas plataformas sob o guarda-chuva da Meta, como Facebook e Instagram, e vincular esses dados aos resultados de negócios das empresas. Além disso, o Meta Robyn utiliza algoritmos avançados de IA para identificar padrões de comportamento dos usuários e prever o desempenho futuro das campanhas de marketing em sua plataforma de anúncios, possibilitando análises preditivas mais detalhadas.
Em ambos os casos, a integração de dados permite uma análise abrangente do mix de marketing e uma compreensão mais completa do impacto de cada variável no lucro da empresa.
Embora esteja em alta agora, o MMM não é novidade e nem exclusividade das big techs. A ferramenta remonta às raízes da economia e da econometria, tendo sido originalmente desenvolvida para analisar o impacto das diferentes variáveis de marketing nas vendas no final do século XIX e início do século XX, quando economistas e estatísticos começaram a explorar maneiras de quantificar o impacto das variáveis de marketing nas vendas e nos resultados comerciais das empresas.
Foi durante os anos 1960 e 1970 que o MMM começou a ganhar destaque como uma técnica econometricamente sólida para analisar o mix de marketing. Com o avanço de tecnologias que favoreceram a análise de dados, o MMM evoluiu para se tornar uma solução capaz de processar um grande volume de dados com diversas variáveis e fornecer insights rápidos e precisos. Atualmente, algoritmos avançados de IA, quando acoplados a esses frameworks, podem identificar padrões complexos com uma análise mais granular e em tempo real, permitindo que as empresas otimizem suas estratégias de forma ainda mais ágil e eficiente.
Com o fim iminente dos cookies de terceiros e a implementação de leis de privacidade mais severas, como a GDPR na União Europeia, a CCPA na Califórnia e a LGPD no Brasil, as empresas que investem amplamente em publicidade online enfrentam desafios significativos na hora de trackear o comportamento dos consumidores e personalizar suas estratégias de marketing de maneira eficaz.
Isso inclui um aumento da dependência de canais proprietários, maiores lacunas de atribuição e necessidade potencial de exploração de tecnologias como single sign on e contextual targeting, além da adoção de abordagens baseadas em consentimento e transparência no uso e tratamento de dados dos usuários.
O MMM ressurge como uma solução viável para superar muitos desses obstáculos, oferecendo uma abordagem baseada em dados que não depende do rastreamento individual do usuário. A solução também visa diminuir saltos hipotéticos que, no contexto de investimentos milionários em mídia, podem, muitas vezes, comprometer tomadas de decisão altamente estratégicas devido à incerteza sobre a assertividade dos KPIs do negócio.
Nesse contexto, o marketing mix modeling emerge novamente como uma ferramenta essencial para as empresas permanecerem competitivas em suas estratégias de marketing. Com o apoio de investimentos das big techs e avanços contínuos em IA e machine learning, a ferramenta está se adaptando às demandas do mundo moderno, oferecendo uma abordagem baseada em dados que respeita a privacidade do usuário e proporciona mais segurança, objetividade e transparência nos investimentos em mídia.
*Daniel Guinezi – CEO da martech Uncover
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